A Câmara dos Deputados rejeitou, em sessão na quarta-feira da semana passada, dia 30, a emenda que pretendia instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas, acima de R$ 10milhões, no texto da Reforma Tributária.
De Santa Catarina, apenas três deputados federais votaram favoráveis ao projeto para taxar os super ricos: Ana Paula Lima (PT), Pedro Uczai (PT) e Jorge Goetten (Republicanos). Os demais deputados federais eleitos por Santa Catarina ou foram contra a taxação dos milionários ou estavam ausentes da votação. O resultado indica que os super ricos continuarão a pagar bem menos impostos que a grande maioria da classe trabalhadora.
A emenda, do deputado Ivan Valente (PSOL/SP), determinava a taxação de bens e direitos de qualquer natureza, no Brasil e no exterior, de valor superior a R$ 10 milhões e poderia aumentar em até R$ 70 bilhões a arrecadação. Se aprovada, a taxação seria de 0,5% para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, de 1% entre R$ 40 milhões e R$ 80 milhões, e 1,5% naquelas acima de R$ 80 milhões.
De acordo com Ivan Valente, “rico não quer pagar imposto: boicota, sabota, sonega. Você tem imposto sobre grandes fortunas na Espanha, na Noruega, na Colômbia. Apresentei esse projeto, que é mínimo, era uma coisa básica, para você dar início à discussão sobre a iniquidade da distribuição de renda e riqueza no nosso país. Conseguimos convencer o resto do bloco mais democrático e popular, foram 136 votos. A direita disse para não mexer nisso, que era vespeiro. Sabe quantos seriam atingidos? Menos de 0,1% da população, talvez 0,02%, 0,03%, uma coisa pequena, mas eles não querem pagar imposto”. E concluiu: “eles têm poder lá na Câmara, têm número de deputados, seja agronegócio, setor industrial e o governo vai tendo que ceder, se não, não passa a Reforma Tributária”.