Por trás do conto de fadas, a realidade amarga da gestão da Celesc. Será que o SAP virou SAPo? O que deveria ser uma solução eficiente para a gestão da empresa está cada vez mais parecendo um conto de fadas mal contado. A atual administração parece ter adormecido no mundo da fantasia – literalmente a bela adormecida (Diretoria) ignora os problemas reais enfrentados por trabalhadores e por consumidores.
Desde a implantação do sistema Conecte (conhecido internamente como SAP-Hanna), a mágica prometida pela gestão virou um verdadeiro pesadelo. Consumidores não estão recebendo suas faturas e municípios do estado inteiro continuam sofrendo com falhas recorrentes no sistema. Para agravar a situação, em presas terceirizadas de leitura têm contribuído para um cenário caótico, com erros frequentes que só aumentam as dificuldades. Aliado a isso (e, talvez, por consequência), bons atendentes comerciais, exaustos com o caos sem solução, têm pedido demissão da empresa mês a mês.
A terceirização do serviço de leitura, que poderia ser realizado por mão de obra própria, está gerando transtornos em todas as etapas do processo. Leituras erradas têm atrasado o faturamento e, em muitos casos, os consumidores não recebem as suas contas de luz. O correto seria que a Celesc corrigisse os erros e a terceirizada que faz o serviço de leitura entregasse a fatura posteriormente, mas isso raramente ocorre.
Os erros começam no campo e se transformam em filas intermináveis nas lojas de atendimento, consumidores frustrados e atendentes comerciais expostos a situações de assédio moral. Para os clientes, a responsabilidade é única: a Celesc. Não importa se o erro foi causado por um funcionário terceirizado ou próprio. Aos olhos do consumidor, o serviço está falhando e o canal para reclamação acaba sendo o atendente comercial.
Desde maio de 2024, a área comercial da Celesc vive um verdadeiro colapso. Lojas de atendimento enfrentam um volume de demandas muito acima da capacidade, sem infraestrutura adequada ou segurança para os trabalhadores. Enquanto isso, a Diretoria permanece em silêncio, sem oferecer respostas claras sobre a resolução dos problemas, sem ir ao encontro de quem está na ponta e dar explicações.
A pergunta sem resposta que atormenta os celesquianos: onde está o Presidente da Celesc? Simplesmente desapareceu, como o Mágico de Oz sumiu em uma cortina de fumaça, negando à sociedade catarinense e aos trabalhadores as explicações e até mesmo uma retratação. Como está o faturamento da Celesc diante desse cenário? Qual o impacto dessa crise na saúde dos trabalhadores da linha de frente?
A realidade é que, ao invés de magia, os trabalhadores e consumidores da Celesc enfrentam um cenário de descaso e problemas acumulados. E, infelizmente, o final desse conto de fadas ainda parece longe de acontecer. Categoria e sindicatos da Intercel esperam que em 2025 os problemas terminem e o tão sonhado final feliz realmente aconteça.