Celesquianas e Celesquianos de todas as regiões do estado lotaram mais uma vez as galerias da Alesc em defesa da Celesc Pública. Dessa vez, a visita ao Parlamento teve um ingrediente novo: o pedido de apoio para que a categoria volte a ter condições de bem atender a população catarinense.
O espaço de dez minutos de fala para a representação dos trabalhadores foi concedido pelo deputado Fabiano da Luz (PT). A coordenação da Intercel lembrou na Tribuna que, “em função do caráter estratégico da distribuição de energia, a empresa é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do estado”. Que, desde meados de 2024, com a mudança do sistema comercial, o atendimento aos consumidores vem sendo prejudicado, impactando diretamente no serviço prestado. E que a categoria luta arduamente “para que a empresa siga como referência no setor, honrando os inúmeros prêmios recebidos da Agência Nacional de Energia Elétrica por avaliação dos próprios consumidores”.
Foi lembrado que os problemas do novo sistema têm sido potencializados pela lógica privada de priorizar resultados financeiros em detrimento do bom atendimento ao povo catarinense. Por fim, a Intercel pediu apoio na luta pela manutenção da Celesc Pública e pela garantia de condições de trabalho e vida digna à categoria, o que refletirá diretamente no bom atendimento aos consumidores.
Os parlamentares presentes se revezaram nas falas sobre a Celesc. O deputado Marcius Machado (PL) parabenizou a categoria pelo ato: “é uma problemática gigantesca no estado todo, várias pessoas reclamando, mas não é do servidor, é por causa da necessidade de mais gente para contribuir, entender, melhorar essa estrutura. Parabéns!”.
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) veio na sequência: “pessoal da Celesc, maravilha ver vocês aqui unidos em torno de um ideal que nós estamos apoiando há muitos anos: é a segunda menor tarifa de energia do Brasil e o menor tempo de resposta […] é um orgulho para nós o serviço prestado pela Celesc em Santa Catarina. Nós fomos os primeiros e os últimos a sair do Rio Grande do Sul [na enchente do ano passado] e o pessoal da Celesc era aplaudido quando chegava lá, pois eles resolviam a coisa: ou seja, uma empresa pública resolvia um baita pepino para um sistema privatizado”. E continuou: “dá coceira em muita gente, achando que é uma empresa que possa ser vendida: é um orgulho nosso, como catarinense, é uma questão de honra para mim ter esse patrimônio catarinense”.
Em seguida, a deputada Paulinha (Podemos) respondeu a Caropreso: “quero fazer das suas as minhas palavras: nós temos a segunda menor tarifa do Brasil, temos um desempenho excelente. Não coaduna com os valores da Celesc num momento de queda de energia em razão de uma forte chuva ficarmos 12h ou 24h sem energia porque não temos time, não temos equipe, porque não temos funcionários suficientes para chegar nas unidades consumidoras. Não tenho dúvida que nesses próximos anos, com este Plenário, com deputados e deputadas que estão aqui, não haverá qualquer hipótese de discussão de abrir mão do nosso patrimônio, da nossa Celesc”.

O deputado Marquito (PSOL) falou na sequência: “não fizemos uma defesa vazia. É a empresa que faz o tempo de resposta mais rápido em eventos de desligamentos da rede. É um exemplo de protocolo para todo o Brasil. A categoria não reivindica salário, mas a defesa da Celesc Pública, estão aqui para defender algo que é para todo mundo. A questão central hoje é a necessidade de investimento, de contratação de pessoal, necessidade de diminuir a terceirização e aumentar o serviço direto, necessidade de garantir salário justo para esses trabalhadores. O que o Conselho decidiu através da presidência da Celesc é algo que vai sucatear a empresa, visando a privatização. Defenderemos até o fim a Celesc 100% pública, mas, para isso, tem que ter investimentos e plano estratégico”.
O deputado Neodi Saretta (PT) também discursou: “de tempos em tempos sai alguma notícia que a Celesc pode ser privatizada. Nessa Casa, nesse tempo que estou como deputado isso teve aceitação de forma nenhuma. É um posicionamento firme nosso da manutenção da Celesc Pública, da Celesc que quando você fala, é reconhecida por todos. É claro que não podemos deixar sucatear. Ao invés disso, é preciso fortalecer”.
O deputado Antídio Lunelli (MDB) também se manifestou: “sempre se teve respeito pela Celesc. Que continuemos em defesa, principalmente, pelo bom atendimento aos nossos cidadãos catarinenses pelo excelente serviço que prestam também”.
O deputado Sérgio Guimarães (UB) cumprimentou a categoria: “eu tenho recebido há muitas semanas força de reclamação dos clientes, mas não é culpa dos senhores, é culpa desse sistema que foi implementado, só que sobra para vocês. Vocês merecem ter condição de trabalho digna para poder atender o povo. São vocês que fazem essa empresa girar e faturar milhões e milhões todos os anos. Quando vemos sinais de que não tem investimento, que não vai contratar, alguma coisa está errada. Contem conosco, sempre estaremos ao lado do povo trabalhador”.
O deputado Mário Motta (PSD) afirmou que “como presidente da Comissão dos Direitos do Contribuinte e do Consumidor, no próximo dia 12 de março, a confirmar, teremos a presença do presidente da Celesc nesta Comissão respondendo às indagações dos deputados a respeito desse aplicativo que infernizou a vida de Santa Catarina e que, quanto antes possa voltar ao normal, melhor. Conheço essa empresa desde que cheguei a Santa Catarina, há 50 anos: sem dúvida, a manutenção da empresa pública com essa categoria e com essa estatística bem trazida pelo deputado Caropreso, acredito eu, pessoalmente, enquanto estivermos aqui, ela continuará pública”.
Por fim, o deputado Fabiano da Luz fez uso da palavra. Ele argumentou ter ficado feliz “pois vi aqui manifestação de vários colegas que ajudam a somar vozes e fazer coro em defesa da Celesc Pública”. E que a Celesc é reconhecida como uma das melhores empresas do Brasil, tem uma das menores tarifas e tem lucro. Como explicar isso? É simples: é só olhar nas galerias da Assembleia Legislativa e ver que as pessoas que aqui estão são as pessoas que fazem a Celesc ser esse sucesso, mesmo com número reduzido de funcionários. Deveríamos ter muito mais funcionários para ajudar no atendimento. Mesmo assim, esses não fogem à luta, esses não se desviam do compromisso e da responsabilidade e fazem a Celesc ser a referência no Brasil. É possível uma empresa pública cobrar tarifa baixa, oferecer serviço de eficiência e se tornar uma empresa lucrativa. Parabéns, o resultado da Celesc é muito de vo cês”. Lembrando Madre Teresa de Calcutá, Fabiano citou que “as mãos que agem valem mais que lábios que rezam”. Rezar é bem importante, mas o agir é que faz toda diferença. E essa ação que vocês fazem com comprometimento com a empresa, mais a ação de mostrar para a sociedade que a Celesc é uma empresa pública e ainda encontrar tempo para lutar para que ela se mantenha pública, vocês realmente sabem agir”. Concluiu: “dia 9 de abril haverá uma audiência pública na Alesc para discutir a empresa pública, para criarmos a Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, que é justamente para que possamos manter essa referência em Santa Catarina. Precisamos manter a Celesc uma referência, estamos provando que servidor público responsável e qualificado dá resultado para a empresa e é vocês que fazem o sucesso da Celesc”.
A Intercel parabeniza a categoria pelo ato e agradece as manifestações dos parlamentares em defesa da Celesc Pública. A categoria tem um novo encontro em 9 de abril na Alesc na audiência pública que debaterá a gestão da empresa. Participe!