Pensar coletivamente e planejar a Celesc Pública

TRIBUNA LIVRE | Por Paulo Guilherme Horn, Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc

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 Na última semana, os sindicatos da Intercel iniciaram as inscrições para o 12º Congresso dos Empregados da Celesc, que será realizado em Blumenau, nos dias 29, 30 e 31 de maio deste ano. Desde sua primeira edição, em 1997, o Congresso busca através do pensamento coletivo sobre a gestão da empresa, planejar e construir a Celesc Pública.

 Vivemos hoje um momento onde pensar a gestão da Celesc é mais do que necessário. Nos últimos anos, temos aprofundado o debate sobre o planejamento da Celesc, sobre o foco da empresa e seu papel público de distribuir energia elétrica de qualidade para a população. Em um setor majoritariamente privatizado, a Celesc desponta como uma das resistentes, concentrando a possibilidade de olhar a empresa como um grande vetor de política pública para o bem da população e para o desenvolvimento do estado.

 Entretanto, para isso a Celesc não pode reproduzir, pura e simplesmente, um modelo de gestão que foca apenas no resultado financeiro e negligencia a qualidade do atendimento à população. Neste contexto, temos debatido com a categoria a forma com que a Celesc vem sendo pensada pela administração. A Celesc é hoje planejada como uma empresa pública? Ou é planejada como uma empresa privada (ou no rumo da privatização)?

 Este debate tem extrapolado as paredes da empresa e foi onipresente durante a Audiência Pública realizada na Assembleia Estadual do Estado de Santa Catarina, dia 09 de abril. Para os trabalhadores, é evidente que a Celesc segue um modelo que não prioriza seu papel público. A precarização das condições de trabalho é conduzida por uma combinação de redução de quadro de pessoal próprio, aumento de terceirização e priorização do lucro.

 É preciso, então, debater a Celesc para além do recorte do resultado que é divulgado. Por que estariam os trabalhadores tão preocupados com a gestão da empresa se ela é, como quis dizer o Presidente, quase perfeita? A empresa dá lucro recorde, investe grandes somas e ainda está dentro dos limites regulatórios. O que há para melhorar?

 Este recorte vendido pela Administração não demonstra que estamos decaindo na prestação do serviço e, para uma empresa pública, isso é mais do que perigoso. A própria sociedade vem percebendo, dado os resultados do Prêmio Aneel de Qualidade. Nosso resultado de continuidade não é o melhor da história, como disse o Presidente. O DEC de 2024 é pior do que o de 2023, e isso é fruto de planejamento. De gestão.

 Construir uma empresa pública é papel dos trabalhadores e o Congresso dos Empregados é o principal evento onde a categoria pode analisar dados, debater a gestão da empresa para construir uma Celesc que, antes de tudo, seja pública.

Nos encontramos no 12º Congresso dos Empregados da Celesc!

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