Na noite de 15 de abril, uma audiência pública foi realizada no município de Lindóia do Sul, no Oeste de Santa Catarina, para debater os recorrentes problemas na entrega de faturas da Celesc. A reunião ocorreu na Câmara de Vereadores e contou com a presença de autoridades locais, representantes da empresa e do sindicato Stieel, que representa a categoria eletricitária da Serra ao Extremo Oeste catarinense.
A iniciativa partiu do presidente do Legislativo municipal, vereador Antônio Toldo (PSDB), que publicou um vídeo nas redes sociais alertando a população e cobrando posicionamento da diretoria da Celesc. Na gravação, Toldo mostrou uma longa fila de consumidores em frente à loja da Celesc sob forte chuva, a maioria buscava a segunda via da fatura ou tentava resolver inconsistências decorrentes do novo sistema comercial da empresa, o Conecte.
Durante a audiência, o gerente regional da Celesc de Concórdia e o supervisor da área comercial estiveram presentes para prestar esclarecimentos. Segundo eles, os problemas na entrega das faturas estão ligados a falhas no serviço da empresa terceirizada responsável pela leitura e emissão das contas. Em resposta às demandas da comunidade, o gerente se comprometeu a manter o escritório da Celesc aberto todas as manhãs. Até então, o atendimento ocorria apenas em dois dias por semana. Também se comprometeram a disponibilizar um assistente administrativo nos períodos de maior movimento.
Representantes do Stieel também participaram da audiência e criticaram a ausência de membros da direção da Celesc no evento. Para os sindicalistas, a empresa tornou-se refém da terceirização, o que tem comprometido a qualidade do atendimento à população catarinense.
“Infelizmente, pelas palavras que acabei de ouvir, a Celesc virou refém de uma empresa terceirizada”, afirmou um dos dirigentes do sindicato, referindo-se à empresa que venceu a licitação e hoje realiza a leitura em diversas cidades, de Videira a São Miguel do Oeste. Segundo ele, os problemas não são pontuais, como alegado pela gestão regional da Celesc, e sim recorrentes.
O sindicato alertou ainda que diversas cidades do Oeste catarinense enfrentam falhas no serviço de leitura, levando ao faturamento por média de consumo. Isso gera insatisfação entre os consumidores e sobrecarrega as lojas da Celesc, que não estão preparadas para lidar com o aumento no volume de atendimentos.
Os dirigentes do Stieel também criticaram a política de terceirização e precarização da atual diretoria da Celesc e destacaram que, apesar dos investimentos previstos de R$ 4 bilhões na rede elétrica, a falta de contratações adequadas prejudica o funcionamento das Regionais. “De nada adianta investir na infraestrutura das redes trifásicas se não houver trabalhadores capacitados para garantir a manutenção e o atendimento à população”, concluíram.