Intercel dá indicativo de GREVE nas Assembleias do ACT 2025/2026

Se rejeitada pela categoria a contraproposta ao ACT, a greve iniciará na segunda-feira, 22 de setembro

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 As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026 de empregados e empregadas da Celesc tiveram início no dia 28 de agosto, com a primeira rodada marcada por forte sinalização da Diretoria de que não há disposição para avanços significativos.

Logo na abertura, o Diretor de Gestão Corporativa, Moisés Diersmann, deixou claro que a intenção da empresa é limitar as negociações à recomposição da inflação apenas em duas cláusulas: salário e vale-alimentação. Segundo ele, a Celesc enfrenta um momento de contingenciamento de gastos “por conta do baixo fluxo de caixa”. A fala inicial causou preocupação, pois indicava que a empresa tentará transferir a responsabilidade financeira apenas aos trabalhadores.

 Apesar do tom da primeira rodada, a segunda reunião, realizada no dia 3 de setembro, trouxe avanços importantes. A principal conquista foi a renovação do caput da cláusula que trata da Garantia de Emprego até 30 de setembro de 2028, considerada fundamental para que os trabalhadores possam exercer suas funções com segurança e tranquilidade. Também foi acordada a criação de um Grupo de Trabalho para discutir o Quadro de Dotação, com participação da Intercel. A estrutura sindical foi de batida e a Diretoria sinalizou disposição em manter ou ampliar o quadro atual de dirigentes liberados, mas sem firmar compromisso na recomposição solicitada na Pau ta de Reivindicações.

 Na terceira rodada, realizada em 5 de setembro, foram renovadas cláusulas importantes, como Licença-Prêmio, Programa Nutricional e Gratificação de 25 anos. Também foram debatidas bandeiras históricas da categoria, como o anuênio e a retomada da isonomia de direitos. A Intercel reforçou a necessidade de avanços, destacando que é possível construir alternativas para viabilizar a recomposição de direitos. A Diretoria, no entanto, manteve a argumentação de que “há limitações financeiras”.

 No dia 10 de setembro, durante a quarta rodada, a Intercel cobrou a inclusão das cláusulas de maior impacto financeiro na mesa de negociação. A empresa, por sua vez, não trouxe nenhuma proposta concreta sobre reajuste salarial ou anuênio – uma das cláusulas mais cobradas nesse dia. Além disso, surpreendentemente, retrocedeu na questão da estrutura sindical, informando que a manutenção do quadro de dirigentes liberados já não estava garantida — contrariando o que havia sido dito na rodada anterior. Para a Intercel, a postura representou um grave retrocesso e ameaça à organização dos trabalhadores, especialmente em um contexto de ataques às empresas públicas e à própria Celesc.

 A quinta e última rodada, realizada em 12 de setembro, confirmou as preocupações da categoria. A proposta da empresa limitou-se à recomposição da inflação nas cláusulas de salário e vale-alimentação, sem qualquer ganho real e sem abono de fechamento de acordo. Todas as demais cláusulas financeiras — como auxílio-creche, auxílio-funeral, benefício mínimo à aposentadoria, auxílio a empregados com deficiência, entre outras — tiveram proposta de reajuste ZERO, o que rebaixa o ACT da categoria.

A Intercel também apresentou uma proposta concreta para a retomada do Anuênio, com possibilidade de contribuição dos trabalhadores, mas a Diretoria se recusou a debater o tema. Para piorar, o Diretor Moisés afirmou que o Plano de Cargos e Salários (PCS) já seria um “ganho real”, desconsiderando que o PCS é uma política de carreira individual e não substitui as conquistas coletivas do Acordo Coletivo.

 Diante da falta de avanços e da proposta rebaixada apresentada pela Celesc, a Intercel avaliou que a negociação foi muito ruim. A proposta da empresa não contempla os anseios da categoria e seria levada para deliberação em Assembleias no dia 17 de setembro, com recomendação de rejeiçãoo fechamento desta edição do jornal se deu antes da realização das Assembleias.

 Sendo confirmada a rejeição à contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho, a greve estará instalada. To dos os trabalhadores deverão estar nos portões de seus locais de trabalho na segunda-feira, 22 de setembro, a partir das 6h da manhã. Participe da luta por um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que valorize e reconheça o esforço diário de cada celesquiana e celesquiano! 

 

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