Senhoras e senhores Deputados Estaduais,
Em nome dos trabalhadores da Celesc agradecemos o espaço para tratar de tema tão importante como a empresa pública e a qualidade no serviço prestado à população. Agradecemos, em especial, ao deputado Fabiano da Luz, que nos oportunizou este espaço e que tem sido ferrenho defensor da Celesc e de seus empregados em todas as lutas.
A Celesc é a maior estatal catarinense e, dado o caráter estratégico da distribuição de energia, é uma empresa fundamental para o desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina. Ao longo do tempo a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina tem sido fiel defensora da Celesc Pública e de todos os celesquianos.
Esse mês demos início à uma percorrida aos gabinetes para conversar com os deputados e deputadas, relatando a luta em defesa da Celesc e de seus trabalhadores. Agora, novamente utilizamos a tribuna para pedir apoio em uma luta fundamental: a manutenção da qualidade no serviço prestado à população.
Desde meados de 2024, os empregados da Celesc têm sofrido com a mudança do sistema comercial que, passados 10 meses, ainda traz transtornos à população. A inabilidade da gestão da empresa para apresentar soluções efetivas tem levado ao adoecimento dos trabalhadores, expondo problemas estruturais da atual administração e impactando diretamente o serviço prestado ao povo catarinense e a imagem da empresa.
Prestes a completar 70 anos, a empresa sempre foi sinônimo de excelência no setor de distribuição de energia elétrica do país, tendo recebido inúmeras vezes prêmios da Agência Nacional de Energia Elétrica, por avaliação dos próprios consumidores. Isso demonstra que o trabalho feito pelos celesquianos é de qualidade e que a categoria atende Santa Catarina com responsabilidade e eficiência. Mais importante: a empresa tem uma das menores tarifas de energia do país, é pública e patrimônio dos catarinenses.
Infelizmente, apesar dos bons resultados, a empresa vem sendo administrada que trouxe prejuízos à população de São Paulo e Rio Grande do Sul. Lá, a lógica de reduzir o quadro de pessoal próprio e aumentar a terceirização fez com que esses estados sofressem com problemas gerados pelo novo sistema. E na contramão de seu papel público e das promessas do Governador Jorginho Mello, que declarou publicamente ser contra a privatização da Celesc. Enquanto isso, a atual Diretoria tem administrado a empresa com uma visão privada, precarizando condições de trabalho e consequentemente, o atendimento aos catarinenses.
Os problemas do novo sistema são potencializados pela lógica de priorizar resultados financeiros, distribuir cada vez mais lucro aos acionistas e reduzir aquilo que alegam ser “custos operacionais”. Na prática, isso quer dizer que a atual Administração tem apostado em um modelo falho que trouxe prejuízos à população de São Paulo e Rio Grande do Sul.
Lá, a lógica de reduzir o quadro de pessoal próprio e aumentar a terceirização fez com que esses estados sofressem com sucessivos apagões, enquanto a empresa duplicou o seu lucro. E a precarização das condições de trabalho fez com que trabalhadores da Celesc fossem socorrer os gaúchos e recompor o sistema elétrico em meio ao caos deixado pelas enchentes.
É esse o modelo que Santa Catarina quer para si? Uma empresa que tenha como objetivo apenas o lucro e que não cumpra seu papel social? Estamos aqui cobrando um planejamento que pense e administre a Celesc como uma empresa verdadeiramente pública.
A precarização das condições de trabalho é a tônica de uma administração que se recusa a compreender o papel fundamental dos trabalhadores para Santa Catarina. Desde seu início, esta administração tem se recusado a recompor o quadro de pessoal próprio, as poucas contratações realizadas têm acontecido por pressão das entidades sindicais e do Ministério Público do Trabalho.
A visão da Diretoria fica muito clara quando olhamos o orçamento aprovado. Para 2025, o orçamento não prevê verba para recompor o quadro de pessoal, que está deficitário em quase 200 empregados. A falta de novos trabalhadores agrava os quanto isso, o orçamento prevê o aumento da distribuição do lucro aos acionistas.
Não é segredo que a administração pau ta a privatização como afirmou o Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, em recente entrevista. Como pode um presidente indicado pelo Governador ir na contramão dos compromissos por ele assumidos? Tarcísio deveria entender seu papel como Presidente da maior estatal catarinense, respeitando os celesquianos e dando condições para que trabalhem pelo desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina.
A luta dos eletricitários catarinenses é pela manutenção da empresa sob controle estatal, possibilitando a utilização da energia elétrica como vetor do desenvolvimento e criação de políticas públicas que proporcionem melhores condições de vida para o povo catarinense.
Para isso é preciso pensar e planejar a Celesc como uma empresa pública, resolvendo os problemas do sistema, mas principalmente corrigindo os erros, com a contratação de trabalhadores, sempre mantendo o foco em atender bem os consumidores.
Novamente, pedimos apoio dos deputados nesta luta, porque garantir condições de trabalho, remuneração e vida dignas aos trabalhadores é garantir um bom atendimento à sociedade catarinense, papel principal da empresa pública