Na terça-feira, dia 15, a Câmara de Vereadores de Florianópolis realizou audiência pública proposta pelos vereadores Rafinha (PSD), Adrianinho (Republicanos) e Manu Vieira (PL), sob pretexto de discutir a Política Municipal de Saneamento. Ocorre que, na prática, a atividade teve como pano de fundo o objetivo de desqualificar a Casan e abrir caminho para sua privatização, por meio de dois projetos em tramitação: o PL 19.585/2025 e a Emenda à Lei Orgânica 00111/2025, que visa acabar com a proibição da privatização na cidade, em vigor desde 2006.
De acordo com o Sintaema, sindicato que representa a categoria em Santa Catarina, “o que os proponentes não esperavam era a grande mobilização dos trabalhadores da Casan, que lotaram o plenário e a defesa enfática da empresa por parte da maioria dos vereadores presentes. Os três vereadores ficaram isolados em sua iniciativa”.
O presidente da Casan, Edson Moritz, desmontou o discurso privatista ao apresentar dados que mostram a superioridade da empresa pública nos índices de saneamento em Santa Catarina. Reafirmou o apoio do governador Jorginho Mello à manutenção da Casan pública e criticou a campanha da grande imprensa para deslegitimar a companhia.
O representante dos empregados no Conselho da Casan, Haneron Victor Marcos, questionou a ausência de especialistas do setor público: “trouxeram especialistas entre as pas em saneamento. Eu, que estou há 20 anos no setor, não conhecia, mas sabemos que são presenças frequentes em eventos que defendem a PRIVATIZAÇÃO da Casan”, denunciou.
O diretor Comercial da empresa, Leonardo Lacerda, reforçou a capacidade da companhia em entregar um serviço de qualidade à população e alertou para a articulação entre os dois projetos na Câmara e outro que tramita na Assembleia Legislativa (PL 231/2025), que ameaçam o saneamento público em todo o estado: “Querem revogar o dispositivo que exige plebiscito popular para decidir sobre a concessão do saneamento, retirando da população o direito de decidir sobre esse serviço essencial”.
A Presidenta da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul (FESUL) e dirigente do Sinergia, Cecy Marimon, participou do ato representando a categoria eletricitária de Santa Catarina.