Celesquianos/as mais uma vez mostram seu poder de mobilização

Categoria gritou em alto e bom som que não aceita que a Celesc seja privatizada - Por Silvia Medeiros - Fotos: Bruno Collaço/Agência AL e Adriana Schmidt

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Auditório lotado e a luta pela Celesc Pública reafirmada pelas centenas de celesquianos e celesquianas que estiveram na Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina – Alesc, realizada dia 9 de abril em Florianópolis. Mais uma vez os trabalhadores mostraram o seu poder de mobilização e reafirmaram aos parlamentares e à direção da Celesc, que não aceitarão que a Celesc seja privatizada.

A Audiência reuniu mais de 600 trabalhadores e trabalhadoras que lotaram o Auditório Antonieta de Barros e o hall de entrada da Alesc. O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa e o Secretário Estadual da Casa Civil, Kennedy Nunes, estiveram presentes e puderam ver a força da categoria em defesa da Celesc, bem como, escutar as demandas de celesquianos e celesquianas que cobram investimentos para garantir um serviço de qualidade para todos os catarinenses.

 GOVERNO ALEGA QUE NÃO VAI PRIVATIZAR E PARLAMENTARES COBRAM INVESTIMENTO NA CELESC

A Audiência foi organizada e conduzida pelo Deputado Estadual Fabiano da Luz (PT), que iniciou a atividade destacando a importância para a soberania do estado em manter a empresa de energia, pública. “Até os Estados Unidos, um país extremamente capitalista, tem sob controle do Estado a água, energia e tecnologia, isso é questão de soberania de um povo, por isso estamos juntos na garantia de que a Celesc siga pública”, ressaltou o parlamentar.

 O deputado estadual Ivan Naatz (PL), que também é líder do governo, ressaltou que o Governo Jorginho Mello não tem intenção em privatizar a Celesc, mas em seguida fez um discurso defendendo a terceirização. “Não há no Governo e nunca houve, qualquer conversa de privatização da Celesc, com relação a terceirização que é outra reclamação. É preciso reconhecer que a terceirização do serviço público é uma proposta internacional e não só de Santa Catarina”, foi vaiado e depois ainda seguiu falando que essa é uma realidade de todos os países, falando de avanços e parcerias entre as empresas prestadoras de serviços.

 Já o deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB) iniciou o seu discurso falando que deveria ser obrigação do parlamento catarinense a defesa da Celesc Pública. O deputado trouxe como exemplo os celesquianos e celesquia nas terem ido socorrer os gaúchos nas fortes enchentes de 2024 e que lá eles foram tratados como herois. “Provaram que a Celesc não é importante somente para SC, é motivo de orgulho para nosso estado. Lá no Rio Grande do Sul a empresa privada não deu conta e a empresa pública nossa, a Celesc, deu conta”, destacou Caropreso.

Marquito, deputado estadual pelo PSOL, contrapôs o posicionamento do líder do governo sobre a não privatização da Celesc e cobrou ação para que isso não aconteça “Não basta dizer que não será privatizado, é preciso dizer quais os caminhos que serão feitos pelo Governo para que a Celesc siga fornecendo um serviço de qualidade para os catarinenses”. O parlamentar destacou o alto número de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa e como isso é um exemplo de sucateamento da Celesc. “Isso não é uma privatização, mas é um caminho que justifica a privatização da empresa”, ressaltou Marquito.

 O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) falou da importância do debate e da necessidade de manter a Celesc Pública e cada vez melhor. “O país está evoluindo e se desenvolvendo, para tanto precisamos garantir investimentos na Celesc, para que siga uma empresa de qualidade”, finalizou Padre Pedro.

 O Secretário da Casa Civil, Kennedy Nunes, reforçou o discurso do Governo e frisou: “O Governador Jorginho Mello assinou um documento na campanha e disse ‘A Celesc vai se manter pública, porém tem que entregar mais’”, o secretário falou do investimento feito para melhorar a qualidade da Celesc. Ele se retirou antes do final da Audiência e não ouviu as reivindicações de trabalhadores e trabalhadoras.

 NÃO CORTAM NOSSO DIREITO POR QUE LUTAMOS 

 O coordenador da Intercel, Mario Jorge Maia, o Marinho, ressaltou que se as pessoas querem conhecer a realidade do que acontece no dia a dia, que pergunte aos trabalhadores, pois a realidade vivida é diferente da apresentada. 

 “Nós somos os trabalhadores e trabalhadoras e estamos sentindo na pele o desmonte da Celesc. Pela primeira vez, a Celesc tem o maior número de terceirizados, temos uma defasagem de 487 trabalhadores, mesmo com concurso público em aberto. Nós sentimos na carne o retrabalho, o sucateamento e o aumento dos acidentes. Atualmente a Celesc é uma empresa pública, dirigida por quem defende uma empresa privatizada e com gestão privada. Estão desmontando o nosso trabalho excelente de atendimento à sociedade, em detrimento do lucro”, explicou Marinho, que foi aplaudido de pé pelos trabalhadores.

 O representante dos empregados no Conselho de Administração da Celesc, Paulo Guilherme de Simas Horn, destacou que não adianta a empresa ser gerida em um formato privado. “Nós temos comparativos dentro do setor elétrico que a gestão da Celesc é um modelo privado, o que os trabalhadores sentem é algo típico de empresa privada. Foco excessivo no lucro, falta de funcionários, ter ceirização”. Paulo destaca o adoecimento e acidentes de trabalho, a crise de imagem da Celesc e o trabalho que a atual direção tem feito no sentido de precarizar o trabalho da empresa.

 PRESIDENTE COMPROMISSADO COM O LUCRO 

 O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, iniciou sua fala com apresentação de vídeos mostrando a excelência do trabalho da empresa pública. Durante seu discurso foi interrompido diversas vezes pelos trabalhadores, que estavam indignados com a falta de conhecimento do presidente da precariedade que eles vivem nos locais de trabalho.

 “Só cresce o mercado quando chega a energia, o recorde de consumo de energia foi em fevereiro e vocês querem falar em precarização, onde?”. E foi vaiado pelos trabalhadores que o chamaram para conhecer a realidade de cada um. Tarcísio assumiu que os atendentes tiveram bastante desgaste e que serão feitas contratações, voltou a defender o sistema Conecte como algo inovador. Ao final da sua fala reforçou: “Seguiremos com uma Celesc mais forte, maior, mais eficiente, a Celesc que Santa Catarina merece”, ia encerrar a fala, mas voltou ao microfone para referendar e dizer “faltou pública, como o governador falou”.

 A Audiência foi mais uma demonstração da organização e disposição da luta de celesquianos e celesquianas e da sociedade catarinense, em defesa da Celesc Pública, que é benéfica a toda a sociedade catarinense. 

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