Trabalhadores da Celesc em diversos setores e em diversas regiões do estado ainda são afetados pelos problemas advindos da mudança do sistema comercial na Celesc. Na loja de atendimento de Florianópolis, por exemplo, por alguns dias consumidores e trabalhadores tiveram um pouco de alívio no sofrimento diário: foi no período em que atendentes de outras regiões do estado vieram ajudar na loja da capital. Os consumidores aguardavam menos tempo na fila e, com isso, as reclamações chegavam em menor quantidade e com menos ira.
Passado esse período, com o retorno dos atendentes para suas Regionais de origem, e com as férias de atendentes da loja de Florianópolis (um direito muito merecido), o caos voltou a se instalar: loja lotada por diversos dias, clientes aguardando por até 3h por atendimento, reclamações, ofensas, indignação e os atendentes tendo que ouvir tudo isso sem, muitas vezes, conseguir resolver os problemas trazidos pela população. Antes que a Diretoria acuse o feriadão prolongado, registramos que a fila e o caos já persistem antes mesmo do feriadão de Corpus Christi.
O Linha Viva esteve na loja de atendimento de Florianópolis nas últimas duas semanas, conversou com consumidores e com atendentes e a indignação de ambos os lados era geral: “não aguentamos mais. Algo precisa ser feito. Alguém na Diretoria da Celesc precisa encontrar uma solução. O Presidente prometeu que a situação se normalizasse meses atrás e não normalizou até hoje”, afirmou um atendente.
A loja de atendimento de Florianópolis é apenas um retrato do que ocorre em outras lojas estado afora, especialmente de municípios maiores. A Celesc vem contratando atendentes, após pressão dos sindicatos da Intercel e do Ministério Público do Trabalho, mas deveria ter feito as contratações antes da mudança de sistemas.
A maior prova que a indignação e a revolta dos consumidores diminui quando a fila é menor é o exemplo de Florianópolis: com mais atendentes na capital por algumas semanas em maio, as reclamações tanto de trabalhadores quanto de consumidores diminuíram consideravelmente.
A falta de pessoal também é sentida em diversos departamentos da Administração Central e nas Regionais. Celesquianos vêm procurando os sindi catos e se queixando do excesso de trabalho e da necessidade de mais pessoas nos setores para dividirem as tarefas.
Enquanto isso, a Intercel segue cobrando da Diretoria soluções imediatas ao sistema e a contratação de pessoal o mais breve possível. Além disso, prossegue atuando junto ao Ministério Público do Trabalho e atualizando o órgão através da denúncia feita em julho do ano passado.