No dia 29 de outubro celebra-se o Dia Nacional do Livro, data que a Intercel aproveita para convidar a retomar o hábito de ler, de abrir um livro, sentir o papel entre os dedos e se deixar levar por histórias, ideias e saberes que atravessam gerações.
Desde as antigas tábuas de argila e papiros até os modernos formatos digitais, o livro é um dos maiores instrumentos de conhecimento, imaginação e preservação cultural da humanidade.
Mesmo com a expansão das telas e dispositivos eletrônicos, os brasileiros ainda preferem o livro impresso. Segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2024–2025), 56% dos leitores adquiriram apenas livros físicos, 30% optaram por formatos físico e digital, e apenas 14% compraram exclusivamente versões digitais.
Mas o dado que preocupa é que mais da metade dos brasileiros não lê nenhum livro, e o país perde cerca de 7 milhões de leitores a cada quatro anos. A Região Sul segue como a única onde os leitores são maioria, 53% leram total ou parcialmente pelo menos um livro nos últimos três meses, mas o índice também caiu em relação à edição anterior, que registrava 58%.
Incentivar a leitura em papel é também incentivar o descanso mental das telas e uma imersão mais profunda no texto. Por isso, neste Dia Nacional do Livro, celebramos a leitura e te convidamos a visitar livrarias e sebos, redescobrir o prazer de folhear páginas e deixar que o livro certo encontre você e não o algoritmo.
Em Águas Profundas

De meditação transcendental, a espiritualidade e cinema, Em Águas Profundas é um mergulho na mente criativa do cineasta, artista visual e músico David Lynch, falecido em janeiro de 2025, aos 78 anos. Conhecido por trabalhos oníricos e enigmáticos como Cidade dos Sonhos, Veludo Azul e Twin Peaks, mas também de obras mais “convencionais” como Uma História Real e O Homem Elefante (com 8 indicações ao Oscar), Lynch descreve nesta obra como seus 33 anos de prática de meditação transcendental ajudaram a estimular sua criatividade, consciência e mudaram fundamentalmente sua vida.
Quarto de Despejo

É o visceral diário de Carolina Maria de Jesus, uma catadora de papel negra que viveu a extrema pobreza na favela do Canindé, em São Paulo. Publicado em 1960, o livro é um inesquecível testemunho histórico e social da realidade brasileira. A obra narra o cotidiano da autora e de seus filhos, detalhando a miséria, a fome e a incessante luta pela sobrevivência, explicitando como a sua condição é agravada pelo racismo estrutural. Ao registrar suas vivências, Carolina oferece um retrato pungente da desigualdade social no cruzamento entre raça, classe e gênero. Uma grande obra na literatura nacional.

