Florianópolis segue na contramão da tendência nacional e registrou crescimento da extrema pobreza entre 2021 e 2024. O dado consta no Boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido pelo Observatório das Metrópoles a partir de informações do IBGE. A capital catarinense aparece como uma das duas únicas metrópoles brasileiras onde houve aumento desse indicador no período.
Enquanto a média nacional apresentou redução, Florianópolis alcançou o índice de 1,5% da população vivendo em extrema pobreza. O resultado chama atenção porque a cidade costuma figurar entre as capitais com maior renda média e melhor qualidade de vida do país.
Segundo especialistas, o avanço da extrema pobreza pode estar relacionado a fatores como o elevado custo da habitação, o encarecimento da cesta básica, uma das características mais caras do Brasil e o aumento da informalidade e da precarização das relações de trabalho. Esses elementos afetam sobretudo as famílias de baixa renda, que enfrentam dificuldades para garantir moradia digna e alimentação básica.
O cenário expõe uma contradição crescente: ao mesmo tempo em que bairros centrais e áreas turísticas seguem em expansão econômica, as periferias sofrem com desigualdades, falta de acesso a serviços públicos e maior vulnerabilidade social.
O dado reforça o debate sobre a necessidade de políticas públicas que enfrentem a desigualdade, garantam moradia acessível e protejam os trabalhadores.

