Greve: história e luta

Vamos comemorar, com muita alegria, a nossa conquista pelo direito à PLR digna para todas e todos, em agosto de 2024. Mas essa é uma História que vem sendo construída há mais de 20 anos! Confira abaixo.

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Mesmo com temperatura negativa (-1 grau), os celesquianos não fugiram à luta

Conhecer a história e o conceito de greve pode ajudar a compreender melhor os movimentos grevistas em nossa sociedade. A palavra portuguesa “greve” vem da francesa “grève”, que tem o mesmo sentido. Ela ganhou esse significado popular porque a antiga Praça de Grève, em Paris, às margens do Sena, era um lugar para onde iam os homens sem trabalho, em busca de um serviço temporário como carregador. Daí “ir à Grève” significava estar sem trabalhar.

Foi durante a Revolução Industrial (1760 – 1840) que os movimentos conhecidos como greves se consolidaram como forma de luta dos operários, porém, na maioria dos países, rapidamente as greves tornaram-se ilegais, pois os donos das fábricas detinham mais poder político do que os trabalhadores. 

No início do século 20, entretanto, grande parte dos países ocidentais legalizou as greves, caso do Brasil, que criou a Lei de Greve – Lei Nº 7.783 de 28 de junho de 1989 – em que dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências. 

Na prática, a greve é uma forma de luta usada, no mínimo, há três séculos por trabalhadores no mundo todo. Essencialmente fazer greve é parar uma atividade, de forma voluntária, com um objetivo determinado até que as reivindicações sejam atendidas. 

O objetivo das greves trabalhistas, em geral, é a conquista ou manutenção de benefícios como um aumento de salário e a melhoria de condições de trabalho. Normalmente, a greve é utilizada como último recurso durante as negociações entre trabalhadores e patrões. 

Ao deixar de produzir, buscamos abrir espaço para o diálogo que não tenha vindo de outra forma porque, geralmente, quando a greve é forte, ou seja, tem grande adesão de trabalhadores, os patrões negociam mais rapidamente. 

Nós, eletricitários catarinenses, temos um histórico de luta de mais de 60 anos na construção de Acordos Coletivos em que buscamos mais dignidade e reconhecimento pelo excelente trabalho prestado à sociedade catarinense, que sempre retribui com as melhores avaliações. 

Imagens registradas por trabalhadores e trabalhadoras da Celesc

Foi um desafio grande enfrentar a diretoria da Celesc, pois o compromisso assumido não era com a saúde, a segurança e bem-estar da massa de trabalhadores. O compromisso firmado pelo presidente e seus diretores tinha o único objetivo político de fazer confusão, dividir e enfraquecer a categoria.

Em 15 de agosto, após greve em que 90% das trabalhadoras e dos trabalhadores da Celesc demonstraram união e força para defender seus direitos, ficamos de alma lavada. Foram dias de muita determinação e responsabilidade, com momentos de muita ansiedade e angústia, porém sempre com a certeza da conquista em mente. 

Isso só enxerga quem tem a consciência e decência de defender direitos, sem a mesquinharia e a covardia aliada a interesses pequenos como ganhar uma chefia. Juntos somos Fortes e precisamos permanecer unidos, atentos, mobilizados para vencer as manobras e joguinhos da diretoria, que usa a comunicação interna e externa para mentir e iludir, tentando convencer sempre com o canto da sereia aos incautos, aos inexperientes e, principalmente, aos tolos ambiciosos…

CONSCIÊNCIA – Um movimento grevista tem muitos momentos de expectativa e apreensão, mas também acontecem experiências estranhas no piquete…. 

Os ditos fura-greve, também conhecidos por ‘pelegos’, acabam causando episódios divertidos como a colega que alegou estar com dor de barriga para entrar com o seu carro ou o outro que reclamou do preço da alimentação e pediu para entrar para guardar a marmita. Um terceiro justificou que estava com dor nas costas e precisava entrar com o veículo. Quando avisaram que um dos pneus estava baixo, ele acusou o movimento, chamou a polícia, o diretor e até a comunicação! Por serem mentiras óbvias, seus protagonistas ganham apelidos alusivos à desculpa como a Segura Barriga, o Marmitinha e o Pneu Murcho…

Esses casos são inócuos e acabam virando graça nas conversas, porém sempre há casos em que os fura-greve se acham no direito de xingar os grevistas, esbravejar e até ameaçar que vai jogar o carro em cima de quem está nos piquetes, esquecendo que, além do direito legal à greve, os direitos e benefícios conquistados por quem está na luta serão estendidos para todos – trabalhadoras e trabalhadores, independentemente de formação ou função! Nisso podemos incluir ainda o caso de chefias que, ignorando a lei e o devido respeito à equipe, usam falsos argumentos e/ou aterrorizam os subordinados, impedindo a participação no movimento.

A esses – legítimos pelegos! – só podemos recomendar coragem e consciência de classe. Aos que persistem e lutam, inclusive aos seus familiares e ainda aos consumidores que, em diversos momentos, manifestaram abertamente seu apoio e solidariedade à classe trabalhadora, precisamos aplaudir e agradecer: Parabéns! Celesc Pública é bom pra todo mundo!

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