A Eletrobras criou a Eletro brasPrev com o intuito de unificar todas as fundações atualmente existentes, iniciando pela Elos, que será acompanhada posteriormente pelas demais, a saber: ELETROS, PREVINORTE, FACHESF, REAL GRANDEZA e ELOS. Hoje as fundações de aposentadoria das pessoas trabalhadoras da Eletrobras, bem como todas que já se aposentaram, somam R$ 43,9 bilhões.
Primeiro cabe ressaltar que o movimento sindical foi alijado de participar do processo de construção da nova fundação. O argumento de que a nova fundação foi construída com base em conhecimento técnico é utilizado sempre que a direção da empresa pretende que os sindicatos fiquem fora dos processos decisórios. Na verdade, o motivo principal é a combatividade, a força que os sindicatos têm para questionar e fortalecer as pessoas que tentam fazer com que as mudanças ocorram respeitando as pessoas que constroem a empresa, todos e todas que nela trabalham.
A direção da Eletrobras afirma que a nova administração dos fundos será mais eficiente, que as pessoas terão maior rentabilidade devido à otimização de custos. Em recente apresentação realizada na CGT Eletrosul para sindicatos, associações e pessoas eleitas como conselheiras da Elos, o quadro apresentado era bonito, de eficiência e ganhos para as pessoas participantes.
Na ocasião, foi apresentada a forma de composição do novo conselho, baseado na meritocracia em detrimento do processo eleitoral. Isso porque, uma vez eleitas, as pessoas depois passarão por um processo de escolha interna, do melhor quadro para representar as pessoas participantes do fundo. Diante desta constatação, houve indignação geral, onde os presentes não se contentaram com esta forma de composição do novo Conselho.
Também foi levantada preocupação com o corpo técnico, principalmente com o atendimento aos participantes. Hoje a Elos possui atendimento presencial em Florianópolis e não foi detalhado como seria a nova fundação. Nestes tipos de transição, promete-se bastante e, na hora de cumprir, se não está tudo muito bem documentado, não é possível garantir que se dará da forma bonita como é apresentada.
A impressão que representantes dos sindicatos da Intersul tiveram durante a apresentação, é que as pessoas estão contentes com o atendimento da Elos e, principalmente, como a forma de se relacionar com a fundação, conhecendo as pessoas e tendo proximidade com elas. A incorporação da Elos pela Eletrobras Prev, mesmo com as promessas, pode distanciar as pessoas da fundação.
Hoje no comando da Eletrobras, via Conselho de Administração, estão as representações de acionistas que deram um golpe no governo federal na Eletrobras, com apenas 1,5% das ações. Quem garante para as pessoas participantes do nosso fundo de previdência que a Elos não sofrerá o mesmo golpe? Qual é a garantia de que os R$ 43,9 bilhões, não irão parar futuramente em um banco privado como ocorreu com o nosso plano odontológico?
O movimento sindical eletricitário não confia mais na direção da Eletrobras, são tratantes e fazem promessas ao vento para ludibriar as pessoas e aumentar o lucro dos acionistas.
Não participamos da construção e não participamos da tentativa de empurrar goela abaixo nenhum plano de reestruturação promovido por esta direção. Levou 70 anos para a construção da relação de confiança entre o movimento sindical e a direção da Eletrobras, mas nos poucos anos que a turma que deu o golpe assumiu, esta confiança foi destruída.
Não mexam na nossa aposentadoria!