Dirigentes da Intercel se reuniram com trabalhadoras e trabalhadores da Regional da Celesc em Lages na última sexta-feira, dia 23. O objetivo do encontro foi fazer o contraponto a uma fala do presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, dias atrás, sobre a atuação dos sindicatos – especialmente no que tange à Saúde e Segurança na empresa.
De início, os sindicatos apontam as inconsistências nas respostas que constam no relatório da Celesc na Ação Civil Pública (ACP) sobre Saúde e Segurança. “Nós não estamos indo contra os trabalhadores da área de Saúde e Segurança, que são nossos colegas de trabalho e desempenham seu serviço da melhor maneira possível. Mas eles não têm respaldo da empresa para desempenharem seu serviço de forma plena”, afirmou um dirigente sindical.
O Coordenador da Intercel, Ailton Communello, lembrou que “dentro da Celesc, desde a assinatura da ACP, em 2012, em média, um trabalhador perde a vida por ano. Nós não podemos aceitar isso. É nosso dever atuar para resguardar a saúde e a segurança da categoria”.
Dirigentes lembraram que o fato de diversos itens da ACP ainda não terem sido cumpridos não é culpa dos trabalhadores da área de Segurança, como faz parecer o presidente Tarcísio, mas por falta da diretoria priorizar as ações da área: “a Celesc evoluiu, mas ainda tem pontos graves a resolver”, afirmou outro dirigente. Como exemplo, foi questionado aos trabalhadores presentes se hoje os eletricistas conseguem se comunicar por rádio com colegas em toda a área de abrangência da Regional de Lages, ao passo que a resposta foi unânime: “não”.
Trabalhadores também citaram a falta de materiais de segurança, de EPIs e criticaram a saída do Geomapas, que consideravam uma ferramenta que ajudava no trabalho. A terceirização também foi lembrada pelos trabalhadores: “Hoje não sabemos mais onde está a outra equipe. Para resolver um problema de alguns poucos que olhavam no mapa e não iam a campo, tiraram o acesso e prejudicaram a todos. Além disso, a empresa tem os dados para saber que a terceirização não está funcionando. Temos que resolver o mesmo serviço que a terceirizada diz que não é possível resolver, temos que fazer retrabalho. Todos os dias praticamente ocorre isso”.
A Intercel concordou com o pleito: “Infelizmente, os EPIs que as empresas terceirizadas usam, o treinamento que eles têm, os salários dos profissionais, tudo é pior. É uma luta nossa internalizar isso. A reforma trabalhista permitiu fazer a terceirização irrestrita. Muitos dos gestores trabalham para que isso ocorra. Pois querem gerenciar contratos e não trabalhado res”, afirmou um dirigente sindical.
Ao final, foi lembrado que, se as denúncias que a Intercel tem feito ao Ministério Público do Trabalho e ao Tribunal de Contas do Estado não tivessem fundamento algum e fossem mentirosas, já teriam sido arquivadas. Mas as investigações e tratativas junto aos órgãos fiscalizadores seguem cobrando explicações e, nos casos do Ministério Público do Trabalho, recomendando avanços, contratações e maior cuidado com a Saúde e Segurança da categoria.
Loja de Atendimento de Lages
Os sindicatos também fizeram uma conversa com trabalhadores e gerentes da loja de atendimento em Lages. O objetivo da conversa foi compreender questionamentos e dúvidas feitos sobre as Recomendações do Ministério Público do Trabalho em relação ao atendimento comercial.