Má gestão da diretoria força Celesc a vender o seu patrimônio?

Trabalhadores, indignados com a diretoria, questionam o que está por trás da proposta

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Celesquianos ficaram espantados, na semana passada, com a divulgação de edital de Chamamento Público para Prospecção de Interessados em pelo menos dois imóveis da empresa: o terreno da sede, no Itacorubi, e o terreno em que está localizada a ARFLO, em Capoeiras – ambos em Florianópolis.

O espanto da categoria se dá por diversos motivos. Um deles, que a empresa já está em processo de venda do terreno do Almoxarifado Central, em Palhoça, que deverá render alguns milhões de reais no caixa – processo de venda que está sendo contestado pelo Sinergia no Tribunal de Contas do Estado. Além disso, chama a atenção o possível interesse da empresa na venda do terreno do Itacorubi, já que nele foi construído e projetado o prédio da Administração Central, que atende às necessidades específicas da Celesc: No edifício da AC foi realizado investimento tecnológico massivo, com sistema próprio de tratamento de esgoto, data center de última geração, novo centro de treinamento, novo centro de operações integrado, cabeamento que poderia dar muitas voltas na Ilha de Santa Catarina, sistemas de telecomunicações de última geração. Todos esses investimentos custaram milhões de reais para a Celesc e não trarão valorização do imóvel, já que atendem as necessidades da Celesc. Ainda que o prédio da Administração Central fosse usado para a construção de um shopping, boa parte dos investimentos feitos não seriam valorizados pelos compradores, já que os investimentos fazem sentido tão somente a uma empresa de energia elétrica.

Na sede da ARFLO, a perplexidade é a mesma: recentemente o prédio foi restaurado, foi realizado um grande investimento no edifício que fica no centro do terreno e que pertence à Administração Central e, para os trabalhadores, não faz sentido a saída do local, já que a área é estratégica para o atendimento da população em toda a região continental.

Além disso, trabalhadores da Copel, em contato com o Linha Viva, alertaram que o início do processo de privatização da companhia paranaense iniciou exatamente assim: com a venda de edifícios importantes para a companhia, o que poderia indicar o início do processo de privatização – negado, todas as vezes, pelo governador Jorginho Mello (PL).

Se não é o processo de privatização em curso, o possível interesse da Celesc em vender os terrenos se dá por que motivo? Em seus últimos demonstrativos de resultados, não é perceptível grande piora do desempenho da companhia, trazendo a questão do porquê buscaria agora a Celesc vender seu patrimônio. O que se sabe que está aprovado é a elevação do percentual de dividendos a ser distribuído para os acionistas. Seria para isso que a Celesc está buscando compradores, para distribuir dividendos aos acionistas?

Assim como outros projetos na empresa, esse também não vem sendo dialogado com os trabalhadores. A diretoria parece fazer questão de deixar os celesquianos com medo do futuro. Em outras épocas, tudo era dialogado e informado à categoria. As palavras de ordem impostas na gestão Tarcísio parecem ser medo e silêncio

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