Mudam o nome, mas não apagam a história

POR TRÁS DA NOVA MARCA ESTÁ O MESMO PROJETO QUE ENTREGOU O PATRIMÔNIO PÚBLICO AO MERCADO FINANCEIRO

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Dia 22 de outubro, a Eletrobras anunciou que passará a se chamar Axia a partir de 10 de novembro. Segundo a empresa, o nome de origem grega significa “valor”, mas na prática, a mudança tenta apagar a essência e a história da Eletrobras, uma das maiores conquistas do povo brasileiro, símbolo de soberania, desenvolvimento e compromisso com o país.

 O nome Eletrobras sempre carregou o DNA nacional, que significa “Eletro”, de eletricidade, e “Brás”, de Brasil, expressando o ideal de energia como bem comum, de engenharia nacional como instrumento de soberania e da eletricidade como direito de todos. Com “Axia”, o que se busca é apagar essa identidade coletiva e substituir o compromisso público pela lógica fria do lucro e dos acionistas.

 Desde a privatização, os resultados são evidentes: enquanto a alta cúpula da empresa viu seus salários aumentarem em mais de 2.000%, os trabalhadores sofreram com demissões, redução salarial e perda de direitos. A gestão, que se diz “moderna e inovadora”, tornou-se mais burocrática, centralizadora e menos transparente, dificultando até processos básicos como emissão de PPPs, reembolsos e marcação de férias.

 A justificativa de que a mudança busca “agilidade e inovação” é apenas retórica. O verdadeiro objetivo é reconfigurar a imagem da empresa para o mercado, tentando esconder o fato de que a Eletrobras, construída com o dinheiro e o trabalho do povo brasileiro, foi entregue ao capital privado e deixou de cum prir sua função social e estratégica.

 A mudança de nome tenta romper com a memória de uma empresa que foi responsável por integrar o sistema elétrico nacional, levar energia a regiões antes esquecidas pelo mercado e garantir segurança energética ao país. Apagar essa trajetória significa apagar o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e negar a importância das políticas públicas que levaram luz, dignidade e progresso a milhões de brasileiros.

 A Intersul, CNE, Federações e a Confederação Nacional dos Urbanitários lutarão, junto com entidades sindicais, movimentos populares e parlamentares comprometidos com o interesse público, para que a Eletrobras volte a ser pública, transparente e voltada ao desenvolvimento nacional. A entrega de patrimônio público só prejudica a população brasileira e afeta a soberania do país.

 A estatização não é apenas uma pauta econômica, é um projeto de Brasil, de futuro e de respeito ao que foi construído coletivamente pelo povo brasileiro. Para a Intersul, a mudança do nome é simbólica e representa o apagamento da memória de um  patrimônio nacional e a submissão do setor elétrico brasileiro aos interesses do mercado. “Podem mudar o nome que quiserem, a luta pela reestatização da Eletrobras e pela defesa das empresas públicas continua firme.”, enfatiza Tiago Bitencourt Vergara, funcionário da Eletrobras e coordenador Geral do Sinergia e coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários.

 A Intersul reforça que a energia elétrica é um direito essencial para a vida e ao desenvolvimento de um país e se preocupa demais com os rumos que a gestão privada da Eletrobras está tomando onde fica evidente que a preocupação com a manutenção do sistema elétrico tem ficado em segundo plano e priorizando o lucro dos acionistas.

 O povo brasileiro sabe que a Eletrobras é mais do que uma marca: é parte da sua história, da sua soberania e da sua capacidade de construir um futuro com justiça social e independência energética! 

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