Parlamentares defendem caráter público da Celesc

Parlamentares destacam bons serviços prestados por celesquianos e celesquianas

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Deputados estaduais e um vereador da capital fizeram na semana passada pronunciamentos enaltecendo o trabalho de celesquianas e celesquianos e o cará­ter público da Celesc. As manifestações foram realizadas no momento em que parte do estado de São Paulo vicenciava o apagão prolongado pela incompetência e pela falta de profissionais da companhia de energia privada Enel.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), que parti­cipa todos os anos das Assembleias dos Empregados da Celesc, disse que “em me­nos de um ano, a maior cidade do País en­frenta seu terceiro grande apagão. A Enel, empresa privada que detém a concessão de energia elétrica, mostrou que não tinha um plano para evitar apagões, nem agiu rapidamente diante dessa crise. Essa empresa reduziu o número de equipes próprias e também terceirizadas, ampliou inacreditavelmente os lucros e precarizou o serviço prestado à população”. Na se­quência, Caropreso relatou que trouxe o tema pois não consegue olhar para essa situação “sem sentir um grande orgulho da nossa Celesc e dos celesquianos. A Celesc é uma das poucas distribuidoras de energia públicas num setor ampla­mente privatizado e está entre as melho­res concessionárias do País, segundo a ANEEL. Pesquisa de satisfação entre os consumidores comprova isso que acabei de afirmar”. Por fim, o deputado falou que “o lucro é importante para qualquer empresa, mas deve haver equilíbrio para garantir que a qualidade do atendimento à população esteja sempre em primeiro lugar. Não é só São Paulo que sofre com a concessionária de energia: A tragédia climática que afetou o Rio Grande do Sul esse ano expôs as deficiências de outra concessionária privada, a Equatorial. (…) Por isso, precisamos garantir que a Celesc esteja sempre preparada, com quadro pró­prio de trabalhadores em quantidade sufi­ciente para atender às demandas do povo catarinense e do aumento do consumo de energia. Ter um quadro próprio significa resposta rápida”.

Na mesma linha se pronunciou o de­putado Marcos José de Abreu, o Marquito (PSOL): “Era uma empresa pública a Ele­tropaulo. Foi privatizada para a Enel. Essa privatização fez uma redução significativa do quadro de funcionários, quase 40%. Isso traz uma consequência do modelo de privatização, que essa empresa que presta o serviço tem o compromisso com o lucro e não o compromisso de entregar um serviço de qualidade”. Marquito cha­mou outros parlamentares para o debate: “Quero principalmente trazer para esse parlamento, que tem uma tarefa funda­mental, que é defender a Celesc enquanto instituição pública: nós passamos por um ciclone bomba em 2020, uma das maiores catástrofes em Santa Catarina, e a Celesc conseguiu recuperar em menos de 3 dias 100% das ligações de energia elétrica. A Celesc, por ser pública, garante um dos serviços mais baratos de distribuição de energia elétrica e precisamos compreen­der que o caminho é a manutenção da Ce­lesc Pública, ampliar o quadro de traba­lhadores e, principalmente, dar condições de trabalho adequadas com equipamen­tos e pessoal”.

Ainda na Alesc, o deputado Fabiano da Luz (PT), que igualmente prestigia as Assembleias anuais da categoria, afirmou que está “acompanhando as notícias do que está acontecendo em São Paulo com relação ao restabelecimento da energia após os temporais que lá ocorreram e a confusão que está com a empresa que foi privatizada, o caos, a desorganização do trabalho, a falta de equipamentos para os profissionais, que sequer têm lanterna para trabalhar. Tiveram que pedir lanterna emprestada para os moradores para ilu­minar o poste de luz para ligar os disjun­tores”. E comparou com a situação de Santa Catarina: “Do outro lado, nós temos a Celesc, que quando aqui aconteceu tam­bém temporal, vendaval, que assolou a re­gião, rapidamente a Celesc restabeleceu a energia. Isso é uma prova de que o setor público é quem está à serviço da socie­dade, enquanto muitas vezes a empresa privada visa o lucro e não o atendimento à população”.

Já na Câmara de Florianópolis, o vere­ador Renato Geske, o Renato da Farmácia (PSDB), apresentou na Tribuna um áudio da imprensa paulista elogiando a atuação da Celesc e enaltecendo seu caráter pú­blico. Renato disse que trouxe esse áudio “pois foi um elogio na imprensa de São Paulo à Celesc pelo grande trabalho que ela faz em Santa Catarina. Como todos es­tão acompanhando, em São Paulo a Enel está deixando a desejar”. O vereador trou­xe números sobre o mau desempenho da concessionária paulista e destacou: “Está se pedindo hoje pela troca por outra em­presa privada de energia. Mas em Goiás já foi trocada por outra empresa privada e ficou pior ainda. A questão hoje não é tro­car uma empresa privada por outra e sim fortalecer o trabalho da empresa pública e aqui nós temos a Celesc como grande exemplo”. Renato disse que “fiz questão de vir para a Tribuna não para falar mal de São Paulo, mas para falar bem de Santa Catarina, que tem uma empresa de ener­gia elétrica citada nacionalmente pela qualidade e pelo trabalho que ela realiza. Isso, nós, como catarinenses, evidente­mente nos orgulhamos muito, por termos aqui uma empresa com um contigente de pessoas de alta responsabilidade. Isso vemos toda vez que tem uma tempestade na região”.

Outros parlamentares, como a deputa­da federal Ana Paula Lima (PT), fizeram manifestações nas redes sociais, enalte­cendo a competência e o compromisso dos celesquianos (imagem abaixo).

Cabe à Diretoria da Celesc contra­tar pessoal em número adequado e dar condições para a empresa seguir como referência no atendimento à população nos próximos anos. Infelizmente, a Dire­toria parece caminhar para o lado oposto, quando contrata contínuos terceirizados, podendo chamar assistentes administra­tivos da lista do concurso público vigente.

 

Imagens: Bruno Collaço/Rodolfo Espínola/Édio Helio Ramos

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