Saúde, segurança e recomposição do quadro funcional próprio precisam ser prioridades na Celesc em 2025

FREQUÊNCIA DE ACIDENTES E FALTA DE PESSOAL PRÓPRIO APONTAM QUE EMPRESA ESTÁ SENDO SUCATEADA PARA DEPOIS SER PRIVATIZADA

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 O ano de 2024 ficou marcado na Celesc pelos problemas gerados pela mudança do sistema Comercial, pela falta de empregados próprios em diversos setores, pelo aumento da terceirização e também por acidentes e até morte em serviço.

 A Intercel cobrou responsabilidade, o tempo todo, da direção da empresa e inicia esse ano com o mesmo compromisso: a diretoria precisa parar o processo de sucateamento da companhia e contratar pessoal próprio em número suficiente, fortalecer a área de saúde e segurança, monitorar efetivamente o adoecimento e resolver, de uma vez por todas, os problemas do Conecte.

 A Celesc Pública, que vem sendo reconhecida por vários anos pela qualidade dos serviços prestados à população catarinense, já aparece no noticiário pela falta de energia em algumas cidades – além das notícias das reclamações recorrentes e desde maio sem solução por conta da mudança do sistema comercial, feita de forma atrapalhada.

 Os problemas existentes não são por falta de competência de celesquianos e celesquianas, mas resultam da política negligente e omissa de tentar fazer mais com menos gente – ou seja, priorização do lucro dos acionistas em detrimento da qualidade do atendimento à população. Diversos chefes de Regionais e Departamentos pedem mais trabalhadores para suas áreas – desde eletricistas (que vêm sendo disputados quase a tapas pelas chefias), passando por assistentes administrativos, profissionais de nível superior e técnico e atendentes comerciais. Foram feitas pouquíssimas contratações no ano passado (atendentes comerciais foram contratados em número mínimo para suprir exigências da ANEEL e em resposta à denúncia feita pela Intercel ao Ministério Público do Trabalho) e os celesquianos e as celesquianas sentem na pele a falta de pessoal para ajudar a realizar as atividades diárias.

 A gente sabe que um profissional sobrecarregado acaba adoecendo, se ausenta mais por conta disso e, por consequência, sobrecarrega os colegas do setor. Na homologação de várias demissões de trabalhadores na companhia, nos últimos meses, tivemos vários casos de empregados que afirmaram estar saindo da empresa em virtude do estresse e do volume excessivo de trabalho. Alguns chegam a trocar o emprego na Celesc por outro emprego ganhando menos, mas com a aposta de condições melhores como carga menor de trabalho e ambiente mais amigável.

 Acidentes de trabalho também ocorrem por conta das terceirizações, da sobrecarga e do grande volume de atividades. A Intercel se reuniu no ano passado com a direção da Celesc diversas vezes cobrando mais atenção à saúde e segurança e seguirá cobrando nesse novo ano. A crítica não é feita aos trabalhadores da área de saúde e segurança da empresa – que também fazem muito com pouca gente -, mas à direção que não coloca esses assuntos como prioridade para dar um fim aos acidentes e mortes.

Para o final de janeiro, está agendada uma reunião de representantes da Intercel com a diretoria e membros da Dupont, a consultoria contratada pela Celesc na área de saúde e segurança. O objetivo é conhecer quais medidas de segurança vêm sendo implementadas na empresa e porque não temos bons resultados até o momento, haja vista o número de acidentes e mortes.

 A postura da atual gestão da empresa indica o caminho da privatização. Afinal, se a área de segurança e saúde fica de lado, se a empresa não responde adequadamente às reclamações nas redes sociais e nos meios de comunicação, e não investe de forma adequada em equipamentos, renovação de frota e materiais, o caminho tomado é o do sucateamento e, a seguir, a privatização – ainda que nos discursos e em entrevistas, digam o contrário.

 A gestão de Tarcísio Rosa será sempre lembrada como a mais caótica da história da Celesc para os trabalhadores. Basta caminhar pelos corredores da companhia para perceber o nível de desespero e preocupação da categoria, não apenas nas lojas de atendimento, mas na Administração Central e em diversas Agências Regionais: ninguém sabe os rumos da empresa diante da série de problemas do sistema comercial e isso parece funcionar com efeito cascata, repercutindo em muitos setores e no próprio clima organizacional.

Os sindicatos da Intercel seguem o firme propósito de permanecer lutando pelos direitos da categoria e pela manutenção da Celesc Pública. As lições de 2024 são nítidas: os trabalhadores precisam estar unidos na defesa de seus empregos e da manutenção de direitos. Mobilizações, atos, protestos precisarão ser frequentes e muito fortes para resistir ao desmonte da empresa e para que a Celesc se mantenha na vanguarda, reconhecida entre as melhores companhias de energia de todo o Brasil. 

As lideranças, sejam diretores ou gerentes, precisam acordar e atuar de forma decisiva, não apenas repetir discursos desalinhados com a prática, que só geram mais insegurança e medo na categoria. Que o medo e a insegurança cessem nesse novo ano e que no f im de 2025 possamos comemorar o fim de acidentes de trabalho, a resolução dos problemas do Conecte e a adequação do quadro de pessoal próprio à realidade do Estado de Santa Catarina.

 Trabalhador/trabalhadora: mobilize, venha pra luta! Juntos, resistiremos! 

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