Os dirigentes do Sinergia Caroline Borba, Leonardo Contin, Djan Mendes da Silva e Antônio Rogério dos Santos participam de 2 a 12 de abril do curso ‘Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo’, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Essa é a sexta turma do curso, que iniciou em 2008 e já tem quase 300 alunos formados – eletricitários, petroleiros, professores, profissionais do saneamento, metalúrgicos, militantes, entre outros. A Coordenação Político Pedagógica é compartilhada entre professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e integrantes da Plataforma Operária e Camponesa para Água e Energia (POCAE).
O curso é separado em etapas e eixos temáticos de formação. Nessa primeira etapa da turma de 2025, os debates foram divididos entre ‘Princípios Básicos de Economia Política’, ‘Energia e Industrialização no mundo moderno’, ‘Estado e classes na sociedade moderna’ e ‘Capitalismo, natureza e escassez’.
De acordo com a dirigente do Sinergia e uma das Coordenadoras do Curso, a pedagoga Cecy Marimon, “esse é um espaço privilegiado de formação, onde se discute a importância de construir um modelo energético que tenha bases populares, levando em consideração a importância da energia para um desenvolvimento que.seja socioambientalmente responsável”. Ela também relata que “no pós-pandemia, concluímos a quinta turma e, em 2025, organizamos a sexta turma do curso, com a participação de 34 integrantes de movimentos sociais nacionais e 6 estrangeiros. Fazem parte da turma militantes de diversos movimentos e sindicalistas ligados ao movimento eletricitário, metalúrgicos e educadores”.
Para Djan Mendes, participante do curso e dirigente na Celesc, “há mais de uma semana estamos em um ambiente de intensa troca e aquisição de conhecimento. Tenho me sentido em um processo de transformação devido a todas as experiências aqui vividas. E sempre em crescimento de um militante orgânico”.
Já Antônio Rogério, que é aposentado da CGT Eletrosul, relata ter acrescentado muita bagagem no curso: “Tivemos um aprofundamento nos escritos de Marx, debates de conceitos importantes sobre mercadoria, força de trabalho, mais valia e sobre as transformações no processo de trabalho”. Ele avalia que retornará com a missão de aplicar todo o conhecimento aprendido no curso: “Precisamos agora trazer a teoria para a nossa realidade de eletricitárias e eletricitários na luta por direitos da classe trabalhadora”.
O curso, dividido em quatro etapas, tem previsão de realizar a próxima etapa no mês de setembro de 2025.
Seminário Nacional: Transição energética em tempos de crise climática e luta por soberania”
Além do curso Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo, os dirigentes participaram na Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na quarta-feira, dia 9, do Seminário Nacional: Transição Energética em tempos de crise climática e luta por soberania. O evento discutiu, entre outros pontos, a geopolítica da energia e a estratégia do imperialismo, a atualidade do Setor Elétrico e a Eletrobras, além da crise climática e os Atingidos no Brasil.
O Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, coordenou duas mesas de debates, sobre a história, atualidade e perspectiva da indústria de Petróleo no Brasil e sobre a crise climática e os impactos sobre as pessoas atingidas. De acordo com Tiago, o evento “teve uma riqueza muito grande de debatedores, com pessoas oriundas do Coletivo Nacional dos Eletricitários, da Coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do MAR o Movimiento dos Afectados por Represas, que atua em países de língua hispânica na América Latina. Conseguimos ter um diagnóstico interessante sobre o agravamento da crise climática e da transição energética na nossa região”.
No evento, também foi lançado o livro “Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo”, com artigos escritos por militantes nacionais e estrangeiros – ex–alunos do curso -, numa parceria entre a UFRJ (por meio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR) e o MAB. A obra traz contribuições importantes sobre a defesa da água e da energia como direitos e não mercadoria. Para os autores, defender a água e a energia passa por questionar o modelo vigente e apontar caminhos para a construção de um novo modelo justo, democrático e soberano”.