Grupos de Trabalho se reúnem na Celesc

Descompasso: alguns GTs avançam, mas outros seguem a lentos passos de tartaruga

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Durante as negociações dos últimos Acordos Coletivos de Trabalho na Celesc, diversos pontos controversos que exigiam um debate mais aprofundado ou estudos mais precisos que envolvem cálculos ou têm impacto financeiro vultoso foram levados para debate em Grupos de Trabalho, os famosos GTs. Apesar de ainda não ter nenhum avanço significativo, os membros dos Grupos (representantes dos sindicatos e da direção da Celesc) estão se reunindo e fazendo o debate. Confira a seguir o andamento de cada Grupo de Trabalho: 

GT Gratificação Ajustada: O encontro mais recente se deu em 23 de fevereiro. A última reunião foi realizada antes do final das negociações do ACT 2023/2024, ou seja, em setembro de 2023. Nesta reunião de fevereiro, os membros do Grupo discutiram o relatório final que está sendo construído pelas partes, faltando a inserção das argumentações e das proposições dos representantes sindicais, para, assim, finalizar o GT. Não foi definida outra data para a próxima reunião, mas foi acertado que, assim que o relatório estiver completo, será apresentado para a Intercel pelos representantes sindicais e, dessa forma, será realizada mais uma reunião do GT para trocar observações, conversar e assinar o relatório final. 

GT Isonomia: A primeira reunião do ano foi realizada em 16 de fevereiro. Houve alteração de alguns membros do Grupo. Foram retomadas as discussões do anuênio para os empregados admitidos a partir de outubro de 2016, que não têm hoje esse benefício, e dos 30% da gratificação de férias. É importante lembrar que os sindicatos e a categoria conquistaram no último Acordo Coletivo o percentual de 16,7% a mais, além da gratificação constitucional de 33.3%, totalizando 50% de gratificação para todos os empregados admitidos a partir de outubro de 2016. O Grupo continuará os estudos a partir das premissas constantes no relatório do GT e a próxima reunião está agendada ainda para março. 

GT Turno de Revezamento: Durante a negociação do Acordo Coletivo em setembro de 2023, a diretoria da Celesc propôs que se realizasse um estudo das escalas de turno de revezamento. Os motivos apontados foram que as escalas atuais são “travadas” e dificultam as manobras que querem fazer, além de pretenderem reduzir riscos de descumprir o TAC, reduzir passivo trabalhista, reduzir horas de excesso e número de horas extras. Os representantes dos sindicatos no GT deixaram claro em mesa que o acordo de escalas de turno de revezamento vigente atende as necessidades da empresa, mas o problema é que existe uma defasagem muito grande no quadro de eletricistas, pois a empresa não fez a reposição dos trabalhadores que saíram nos PDIs. Foram realizadas duas reuniões deste GT em 2024. A empresa fez uma apresentação do que se tem hoje de escalas de Turno de Revezamento, pontuou alguns pontos que considera relevantes, entre elas, a construção de uma escala que atenda entre 6h e 8h, com intervalo fora da escala, com carga horária menor que 36h semanais, sem necessidade de hora-extra. Os dirigentes sindicais que participam do GT argumentaram que não é possível debater escalas sem ter acesso aos números oficiais da empresa. A próxima reunião estava agendada para o dia 6 de março (ontem), após o fechamento desta edição do Linha Viva. 

GT Plano de Cargos e Salários: A última reunião em 2023 ocorreu em novembro e a primeira reunião de 2024 se deu em 23 de fevereiro. De acordo com os representantes da Intercel no Grupo de Trabalho, os debates ainda estão muito no início, no campo das ideias, já que a empresa não trouxe uma proposta definida, mas apenas pretendia fazer pequenos ajustes para aplicar no merecimento deste ano, atrelada à proposta de encerrar com a avaliação de desempenho da forma como ocorre hoje. Os representantes sindicais no GT não concordaram com a proposta, sob a justificativa de que há necessidade de a empresa apresentar a proposta formalmente com antecedência, para que pudessem analisar se era positiva à categoria. Diante disso, essa proposta não seguiu adiante. A expectativa dos sindicatos era que a empresa trouxesse um cronograma de negociação nessa primeira reunião de 2024, o que não ocorreu. Os representantes dos sindicatos relembraram o que consta no Acordo Coletivo vigente, que prevê uma revisão do PCS atual. Outro ponto divergente é que, na visão dos sindicatos, os estudos devem começar pela construção da curva salarial. A empresa, por sua vez, pretende antes de mais nada fazer uma pesquisa salarial – o que, na visão da Intercel, é necessário desde que seja com outras empresas públicas do setor, o que traz outra dificuldade, haja visto que a maioria das empresas já está privatizada. A próxima reunião deste GT está agendada para hoje, dia 7, e a expectativa dos representantes da Intercel é que a empresa traga uma proposta de estudo com a curva salarial, com números consistentes, para que possa ser avaliado o que é viável modificar. Em resumo: a evolução está muito lenta e sem proposta até o momento.

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