O Sinergia realizou nos dias 1 e 2 de dezembro o seu 5° Congresso, em Florianópolis. Participaram do evento eletricitárias e eletricitários da Grande Florianópolis, além de dirigentes de Sindicatos, Centrais Sindicais e Movimentos Sociais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A palestra de abertura, sobre a Conjuntura da Classe Trabalhadora e o Setor Elétrico, teve como debatedores Juliane Furno, que é Doutora em desenvolvimento econômico na UNICAMP e professora da faculdade de Economia da UERJ, e Gilberto Cervinski, que é engenheiro agrônomo pela UFSM; Especialista em Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo pela UFRJ; Especialista em Economia Política pela UFES; e mestre em Energia pela UFABC. Cervinski também é integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e membro da Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia. Na palestra, Juliane falou sobre as condições para que o Brasil possa retomar a indústria e fortalecer as empresas estatais, além de lembrar da necessidade da classe trabalhadora, Sindicatos e Movimentos Sociais estabelecerem cada vez mais pautas progressistas, em contraposição ao movimento neoliberal que tenta convencer a sociedade a todo instante da retirada de direitos da classe operária, forçando a acreditar que o estado mínimo é a solução aos problemas encontrados hoje na sociedade: “temos que polarizar cada vez mais para poder puxar a corda para o nosso lado”, afirmou. Já Cervinski lembrou que o governo federal anterior tinha como lema “Deus, Pátria e Família”, mas entregava empresas fundamentais ao desenvolvimento e soberania nacional para o capital internacional, o que é uma incoerência. Ele também afirmou que há uma tendência efetiva de migração da máquina à combustão para a máquina operada por energia elétrica, que é mais eficiente. E concluiu sua fala, traçando um paralelo sobre as dificuldades que o primeiro governo de Lula encontrou – pós-apagão na gestão FHC, com necessidade de construção de usinas e linhas de transmissão – e as dificuldades da atual gestão, muito maiores, com necessidade de reestatizar empresas e retirá-las das mãos do capital internacional, além de reduzir o alto custo da energia.
Ainda no primeiro dia, foi divulgado o resultado final do Concurso FotoGrafando a Trabalhadora e o Trabalhador (confira matéria na pág. 4). Já no segundo dia de Congresso, a categoria participou de debates com os advogados do Sinergia (escritório Garcez), de grupos de trabalho que definiram mudanças no Estatuto do Sindicato e da aprovação dos estudos sobre o patrimônio da entidade sindical. O retorno do Sinergia para a CUT, após negociação da moratória com a Central Sindical, e diversas moções também foram aprovadas – entre elas, a de repúdio aos ataques de Israel à população palestina. A mesa de encerramento do 5° Congresso foi composta somente por pessoas negras ou LGBTQIAP+, reforçando o compromisso do Sinergia com a diversidade, o respeito e a inclusão.
Após a finalização do Congresso, foi realizada a Assembleia que referendou todas as decisões tomadas no evento. A Assembleia contou com a participação de Mauro Passos, ex-deputado federal, ex-vereador, ex-dirigente do Sinergia e presidente do Instituto Ideal, que falou da necessidade de manutenção da tese do Sindicato Cidadão, do Sinergia continuar ativo participando das lutas da cidade.