Esta segunda-feira, 8 de janeiro, marcou um ano da tentativa frustrada de golpe à democracia por fanáticos políticos que invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Para marcar a data e reforçar o compromisso, a defesa e a importância da democracia, diversos atos foram realizados em todo o Brasil nesta segunda-feira.
Em Brasília, por exemplo, as principais autoridades do país se encontraram numa cerimônia chamada ‘Democracia Inabalada’, no Salão Negro do Congresso Nacional, e exaltaram a união dos Poderes. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, inaugurou a exposição “Após 8/1: Reconstrução, Memória e Democracia”, que conta como foi a retomada do Ano Judiciário e a reconstrução do Plenário do STF após os atos golpistas. O Presidente do órgão, Ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que os criminosos golpistas são “falsos patriotas que não respeitam os símbolos da pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional”.
Além disso, o Ministério da Cultura anunciou a criação do Museu da Democracia, espaço dedicado à memória e união dos setores democráticos do país.
Também no dia 8, foram realizadas nas capitais e maiores cidades brasileiras manifestações populares em defesa da democracia. A convocação dos atos foi realizada por movimentos sociais e pelas centrais sindicais.
Em Florianópolis, o ato foi realizado em frente à Catedral Metropolitana, no Largo São João Paulo II. Lideranças políticas e sociais se revezaram ao microfone, lembrando a necessidade de respeitar o resultado das urnas e do processo eleitoral: “teve gente que não quis reconhecer o resultado da eleição, mas o resultado foi legítimo, foi legal e não poderia ser desrespeitado”, afirmou Elenira Vilela, dirigente do Sindicato Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação.
Já Ideli Salvatti, ex-Senadora da República, lembrou de diversos símbolos da democracia presentes na capital catarinense, entre eles, o Palácio Cruz e Sousa, palco da Novembrada, manifestação que mostrou a indignação da população catarinense com a ditadura militar, representada pelo General Figueiredo, em 30 de novembro de 1979.
Por fim, discursou o jornalista e suplente de deputado estadual Jean Volpato, que afirmou que pensou por muitos anos “que a democracia era algo consolidado em nosso país. Mas veio um processo de golpe em 2016, quando uma presidenta honesta foi tirada por um bando de mercenários e ali acendeu um alerta”. E que, em 8 de janeiro de 2023, “tivemos a tentativa de golpe por pessoas do movimento fascista, de movimentos neofascistas articulados e aí começamos a ver que a democracia é, na verdade, como uma plantinha, que precisa ser regada todos os dias, se não, ela vai morrer, já que a democracia não está consolidada e é uma luta perene e constante”.