Pesquisa sobre transição de sistemas revela quadro de adoecimento dos celesquianos

Relatório final - com dados e respostas anônimas - foi juntado à denúncia da Intercel no Ministério Público do Trabalho e encaminhado para conhecimento da Celesc

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No mês de julho a Intercel realizou uma pesquisa com trabalhadores e trabalhadoras da Celesc para investigar as condições de saúde e segurança enfrentadas pela categoria com a transição para o novo sistema comercial. É interessante notar que a Celesc contava com uma ferramenta similar de escuta dos trabalhadores, a pesquisa de clima por pulsos (pulses by gupy), que teve o contrato encerrado em 02/03/2024, poucos meses antes do go live, ou seja, da mudança para o novo sistema comercial.

A pesquisa realizada pela Intercel obteve 401 respostas de celesquianos de todas as Agências Regionais e da Administração Central da Celesc (10,68% do quadro de funcionários). Entre eles, um número expressivo de atendentes comerciais: cerca de 35% do quadro de atendentes da empresa. Também responderam à pesquisa Assistentes Administrativos (14,43%), Eletricistas (5,62%), Técnicos (4,85%), Analistas de Sistemas (6,25%), entre outros.

O contexto apontado pela pesquisa revela a dimensão dos problemas enfrentados pelos celesquianos. Quando perguntado se o ambiente de trabalho é saudável e seguro, livre de assédio, 29,9% das respostas indicam que “quase nunca” ou “nunca”. Ao mesmo tempo, 53,7% das respostas apontam que o trabalho, “na maior parte do tempo”, “quase sempre”, ou “sempre” é penoso e causa sofrimento.

Outra evidência preocupante é revelada quando 20% (80 respostas) indicam que passaram a fazer uso de medicamentos para dormir, calmantes, ansiolítico, estabilizador de humor ou antidepressivos e 18,7% (75 respostas) o fazem há mais de 60 dias. E, ainda mais preocupante, dos que fazem uso desses medicamentos, 24,2% o fazem por conta própria, sem prescrição médica.

Os dados coletados apontam uma grave crise no ambiente de trabalho da Celesc, exacerbada pela recente mudança no sistema comercial. Se engana quem pensa que o sofrimento se dá apenas no atendimento comercial da companhia. 

Como os celesquianos vão conseguir atender com qualidade a sociedade catarinense diante de um contexto tão grave de sofrimento e adoecimento? É fundamental que a diretoria da Celesc tome providências urgentes para proteger seus empregados, melhore as condições de trabalho e ofereça suporte psicológico adequado para aliviar os impactos sobre a saúde mental dos celesquianos. Até aqui, as medidas adotadas são insuficientes.

O relatório completo, com respostas anônimas, foi entregue em mãos ao Procurador do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, durante audiência no Ministério Público do Trabalho, em 5 de agosto. Outra via do documento foi encaminhada à Celesc para conhecimento e resolução dos problemas relatados pela categoria.

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