Privatiza… que piora!

Estados brasileiros com concessionárias de energia privatizadas sofrem com apagões reiterados e demora para restabelecimento da luz.

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Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas critica a Enel em coletiva à imprensa em 17/01/2024

“Enel é caso de polícia e Tarcísio precisa jogar pesado” (Ronaldo Caiado, governador de Goiás, 7/11/23).

“A gente não pode ter uma empresa que a cada chuva deixa o paulistano na mão. São eventos climáticos que acontecem, a gente não vê uma preparação da empresa, não houve cuidado devido da manutenção” (Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, 16/01/24).

“A empresa precisa, além de garantir o atendimento, também se relacionar adequadamente (…) Nós temos a expectativa de que a empresa mude sua postura e se não fizer isso ao longo do tempo, ela pode enfrentar um processo de retirada da sua concessão” (Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, 17/01/24).

Postagens do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, no X, no período da privatização da CEEE, e agora,com a empresa privatizada, durante o apagão de semana passada no Rio Grande do Sul.

Todas as falas que abrem essa matéria foram feitas nos útimos meses por governadores de partidos que defendem as privatizações, que apoiaram as privatizações das concessionárias de energia em seus estados e que estão pagando hoje as consequências da transferência para a iniciativa privada de um bem tão importante que é a energia elétrica.

O governador Caiado, inclusive, já foi personagem de outra matéria no Linha Viva, em novembro de 2023. Ele afirmou ao jornal O Estado de São Paulo naquele mesmo mês que “na distribuição de energia, (a privatização) não conseguiu, em nenhum estado, atender à demanda e ao consumo, muito menos à expansão solicitada”. Caiado já foi defensor das privatizações.

Reclamação do usuário @fernao_berthold na rede X, em 17/01/2024

Problemas graves em concessionárias que foram privatizadas também ocorrem no Rio de Janeiro (onde Light e Enel são duramente criticadas pela demora em restabelecer a energia), no Amazonas (que tem risco de caducidade do contrato da Amazonas Energia, empresa que apresenta dívidas bilionárias) – estado que o atual presidente da Celesc conhece bem – e também em Mato Grosso (onde a Energisa deixou cidades no escuro em setembro por causa do “calor”). Em comum, todas as empresas fizeram dispensas em massa de empregados experientes nos últimos anos para contratar técnicos menos experientes com salários menores (foco no lucro dos acionistas), terceirizaram atividades, precarizaram os serviços e demoram dias para restabelecer a energia a seus consumidores. É o estado mínimo mostrando sua verdadeira face: o atraso, o descaso e a falta de respeito com a população brasileira.

Matéria do jornal Brasil de Fato de 03 de dezembro de 2021 alertava que “debandada de técnicos na ex-CEEE” poderia provocar apagões no verão já no ano de 2021.
Publicação do portal UOL (@uoloficial) no instagram em 06/11/2023 noticia desligamentos de empregados na Enel após processo de privatização da companhia.
Postagem do perfil @portoalegre24horas no instagram em 18/01/2024.
Postagem do jornalista Luis Nassif na rede X em 22/01/2024.
Relato do deputado estadual gaúcho Matheus Gomes no X em 22/01/2024, após ter ficado 132h sem energia.
Postagem do jornalista Tiago Scheuer (@xoia) no X, em 18/01/2024.

 

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