As pessoas que trabalham na Eletrobras e suas subsidiárias sofreram o primeiro golpe com a queda do governo Dilma em 2016, quando a então presidenta deixava a presidência a partir de um processo sem fundamento jurídico, portanto, um golpe parlamentar. Até então, a companhia crescia, havia expansão e avanços na empresa.
O segundo golpe contra as pessoas trabalhadoras foi a privatização da Eletrobras, pretendida por Temer já em 2016, quando assumiu, mas concretizada por Bolsonaro em 2021, após sua eleição presidencial. Ali, trabalhadores e trabalhadoras viram escapar pelo ralo a perspectiva de crescimento profissional e da própria empresa.
O terceiro grande golpe foi a perda pela Eletrobras (ex-estatal brasileira) do maior leilão de transmissão da história para a State Grid, diga-se de passagem, estatal chinesa.
No dia 12 de fevereiro de 2021, na carta enviada ao então presidente Bolsonaro, asssinada por Bento Albuquerque e Paulo Guedes, foi enviado o texto da MP1031 que tratava da privatização da Eletrobras, disfarçada com a palavra “capitalização”. No texto, a justificativa dos então ministro era:
“A proposta consubstancia a política de capitalização da Eletrobras que vem sendo divulgada desde 2019 como uma das prioridades da agenda energética e econômica deste Governo. O objetivo desta política éobter novos recursos para que a Eletrobras possa continuar contribuindo para a expansão sustentável do setor elétrico, em novos empreendimentos de geração e de transmissão de energia elétrica”.
No maior leilão de transmissão de energia realizado no Brasil, ocorrido em dezembro de 2023, teve como grande vencedora a State Grid, estatal chinesa, através da sua subsidiária no Brasil, vencendo a Eletrobras privatizada por Paulo Guedes, Bento Albuquerque e Bolsonaro.
Além da perda da soberania energética, perdas na indústria nacional, na geração de emprego e renda no Brasil, perdem também trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras e suas subsidiárias, já que a empresa continuará estagnada e de joelhos diante do avanço internacional no setor elétrico brasileiro.
Esta estratégia está longe de ser um problema para a direção da Eletrobras, uma vez que após a privatização da companhia, tem com como foco único o atendimento aos acionistas, distribuição de dividendos e atendimento ao mercado financeiro rentista.
Perde o povo brasileiro e perde quem trabalha na Eletrobras, após a privatização da empresa sob um governo que se dizia nacionalista.