Na segunda-feira, 6 de maio, a direção da Cerej enviou ao Sinergia por e-mail um retorno sobre as cláusulas que ainda não haviam sido debatidas na primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. Foi informado que a Cooperativa garantiria reajuste salarial da inflação (IPCA 12 meses), de 4,62% e “prestigiando o esforço coletivo” ofereceriam um ganho real de 2,59% em todas as cláusulas econômicas. Nas demais cláusulas, o e-mail informa que permanecerão “com o mesmo teor do Acordo Coletivo de 2023-2024, exceto a nova cláusula de Cota negocial”.
A primeira rodada de negociação, em 22 de abril, com a comissão que representa a Cerej já começou mal, pois a mesma informou que a direção da Cooperativa ainda não havia se reunido para debater o tema – o que demonstra enorme desrespeito com o maior patrimônio da Cerej, ou seja, seus trabalhadores e trabalhadoras que garantem o fornecimento de energia elétrica aos consumidores, faça chuva ou faça sol. Afinal, como pode uma representação patronal numa negociação não ter autonomia e respaldo da diretoria da empresa para debater cláusula a cláusula? O sentimento que fica é que a Diretoria da Cerej não estudou minuciosamente as contribuições e anseios de seus trabalhadores, que trouxeram inúmeras sugestões na Pauta do Acordo Coletivo.
Além disso, a Cerej traz uma inovação absurda ao fazer apenas uma rodada de negociação, com debate sobre as cláusulas e, na sequência, traz um pacote pronto para ser apreciado pela categoria, sem qualquer possibilidade de negociar os pontos apresentados. A negociação serve, sim, para que as partes possam tentar ceder de um lado, ganhar de outro e chegar a um acordo minimamente razoável a ser apresentado e apreciado pela categoria.
Diante do descaso da diretoria da Cerej em ouvir os argumentos trazidos pelos trabalhadores, e sem incluir cláusulas novas que seriam importantes para a categoria, o Sinergia fez ontem (quarta-feira) Assembleias com indicativo pela rejeição da proposta. A Cerej precisa dar valor à negociação, ouvir e debater cláusula a cláusula com quem, de fato, representa seus trabalhadores.
Até o fechamento desta edição, as assembleias não haviam sido encerradas. Caso a contraproposta seja rejeitada e a Diretoria da Cerej se recuse a voltar a negociar, o Sinergia solicitará mediação junto ao Ministério Público do Trabalho.