Trabalhadores da Casan iniciaram uma greve nessa terça-feira, 4 de junho. Conforme divulgado no fim da matéria da edição 1607 do jornal Linha Viva, a greve marcada para começar em 22 de maio foi adiada após uma reunião de negociação entre o Sintaema (sindicato que representa a categoria em Santa Catarina) e a direção da empresa. A negociação foi muito ruim e foi precedida de uma nova reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho – que também foi infrutífera. Após paralisações de um dia seguidas e o adiamento da greve para tentar compor o Acordo Coletivo de Trabalho de uma maneira que prejudicasse menos a população, a categoria se viu obrigada a cruzar os braços nos portões da empresa por tempo indeterminado.
Dentre as decisões arbitrárias da direção da companhia que levaram ao movimento de greve, foram suspensas as liberações de todos os dirigentes sindicais, cortadas as possibilidades de ajuda de custos para cursos superiores à parte da categoria e mudanças na jornada de trabalho que prejudicam os trabalhadores. Além disso, a diretoria da empresa tenta fazer modificações na cláusula de gratificação natalina, também de forma menos benéfica aos empregados.
Assim como na Celesc, a falta de contratações de novos trabalhadores, terceirizações sem fim e o risco de precarização dos serviços à população também preocupam a categoria. Diante de quadro tão parecido, Intercel e Intersul se reuniram e decidiram apoiar o movimento grevista. Dirigentes dos sindicatos de eletricitários participaram nessa terça-feira da greve na Casan na Grande Florianópolis e em municípios da região oeste. De acordo com a Coordenadora da Intercel, Caroline Borba, “é fundamental que apoiemos esse movimento. O governador Jorginho Mello (PL) prometeu durante a campanha manter Celesc e Casan públicas, mas, para isso, é necessário fortalecer essas empresas, contratando número de empregados suficiente, dando condições dignas de trabalho e respeitando os direitos conquistados ao longo dos anos”. Já para o dirigente do Sinergia Lucas Henrique da Silva, a motivação para a presença no ato é “prestar solidariedade aos empregados da Casan, entendendo que essa é uma empresa irmã da Celesc e que muitos dos problemas que eles estão enfrentando hoje poderão ser replicados na Celesc muito em breve”.
Até o fechamento dessa edição do Linha Viva, na noite de terça-feira, a direção da companhia não havia chamado o sindicato para dialogar e oferecer uma nova proposta.