Ampliação da terceirização preocupa celesquianas e celesquianos

Última reunião do Conselho de Administração, em dezembro, foi um banho de água fria na categoria.

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Manifestação na sede da Administração Central da Celesc em 14 de dezembro de 2023.

A reunião do Conselho de Administração da Celesc de 14 de dezembro, que poderia aprovar o orçamento da empresa para 2024, teve um elemento extra durante a sua reali­zação: celesquianas e celesquianos de todo o estado participaram de uma manifestação na sede da Administração Central, conco­mitante ao horário da realização da reunião do Conselho. O objetivo era demonstrar a insatisfação da categoria com a proposta de orçamento da empresa, que aumenta a terceirização e não recompõe o quadro de pessoal próprio da Celesc, precarizando o atendimento à população, ocasionando a queda da qualidade dos serviços prestados e a consequente pressão popular pela priva­tização da Celesc.

Mesmo com o protesto dos trabalha­dores do lado de fora da sala onde era re­alizada a reunião do Conselho em 14 de dezembro, a Diretoria manteve a proposta privatista. Para piorar, a Diretoria tentou sabotar a representação dos empregados e o debate dentro do Conselho, protelando o envio de informações que demonstram a defasagem do quadro e os riscos para a Celesc Pública.

Diante da situação, o Representante dos Empregados no Conselho de Administra­ção, Paulo Horn, pediu vistas da documenta­ção, impedindo a aprovação do orçamento. Desta forma, uma nova reunião foi marca­da para tratar do assunto no dia 20 de de­zembro. De acordo com o relato no Boletim do Conselheiro nº 51, “o que o orçamento aprovado pelo Conselho faz é formalizar a precarização do atendimento à sociedade”. O orçamento foi aprovado com voto contrá­rio da representação dos trabalhadores que registrou em ATA: “Na parte operacional, o detalhamento apresentado pela Diretoria demonstra uma ampla defasagem do qua­dro de pessoal próprio, em especial nos cargos de atendimento comercial e na ope­ração da atividade-fim da empresa, o que coloca em risco a prestação do serviço pú­blico e o cumprimento dos indicadores da concessão da Celesc Distribuição. Aliada à decisão de não considerar um orçamen­to de recomposição do quadro de pessoal próprio, a recusa em propor a continuação de um Plano de Demissão Incentivada no exercício de 2024 ignora os ganhos finan­ceiros e econômicos para a companhia e os ganhos para recomposição do quadro de pessoal dentro de limites de cobertura regu­latória, o que evidencia uma política propo­sital de redução constante e consciente do quadro de dotação que busca precarizar o atendimento à sociedade, gerando, danos à integridade física, saúde e segurança de tra­balhadores e à imagem da companhia”. O registro conclui: “Desta forma, por entender que a proposta não compreende um projeto para a Celesc como empresa pública, apro­fundando riscos operacionais, financeiros e de cumprimento do contrato de concessão, voto contrário à proposta de orçamento 2024-2028”.

A categoria precisa ter consciência de que, não havendo mudanças no rumo da atual Diretoria da Celesc, a qualidade dos serviços poderá cair. É importante que tra­balhadores e trabalhadoras sigam mobili­zados para, a qualquer momento, partici­parem de novos atos em defesa não só da manutenção da Celesc Pública, mas pela manutenção da qualidade dos serviços que vem sendo reconhecida há anos pela socie­dade catarinense.

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