O deputado estadual Dr. Vicente Caropreso (PSDB) se pronunciou na Tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 11 de junho em defesa da manutenção da Celesc enquanto empresa pública. Ele destacou que hoje “há uma série de propostas que defendem que o Estado não deve interferir nas atividades econômicas e que o setor privado é sempre superior ao público na hora de atender à sociedade”. E que, em Santa Catarina, “temos um claro exemplo de como empresas públicas que primam pela qualidade do serviço e pelo atendimento à população são um modelo: cito a Celesc”.
Caropreso, que participou das últimas Assembleias Estaduais de trabalhadores da Celesc e se manifestou em outros anos elogiando a atuação de celesquianas e celesquianos, explicou, na sequência, aos demais parlamentares, que a empresa é uma das poucas distribuidoras de energia elétrica ainda públicas, em um setor majoritariamente privatizado, desafiando assim o discurso da prevalência do privado sobre o público: “a empresa está sempre entre as melhores distribuidoras de energia do País em prêmios concedidos pela ANEEL – órgão regulador do setor -, quanto pela ABRADEE – Associação Nacional de Distribuidoras”.
O deputado foi além, ao afirmar que esses prêmios refletem “a própria percepção da sociedade, pois são concedidos por meio de pesquisas entre os próprios consumidores. Além de estar entre as melhores distribuidoras do País, a Celesc tem uma das menores tarifas de energia elétrica do Brasil: hoje a empresa possui a segunda menor tarifa de energia entre as mais de cinquenta concessões brasileiras. O preço pago pelo consumidor catarinense está cerca de 18% abaixo da média nacional”. O parlamentar afirmou que tudo isso demonstra que “uma empresa pública pode, sim, dar qualidade na prestação do serviço com preço baixo e justo para a população”.
Caropreso deu sequência em sua fala elogiando os investimentos da Celesc na rede trifásica, beneficiando produtores rurais e empresas que queiram se instalar no interior do estado, e a implantação de cabos protegidos nas redes próximas à áreas de vegetação, questionando, ao final “quando uma empresa privada faria esse tipo de investimento para atender ao público rural?”.
Por fim, comparou o serviço da Celesc com o das empresas privadas que prestam o mesmo serviço no estado vizinho do Rio Grande do Sul, lembrando que lá o povo “tem sido exposto a um péssimo serviço e constantes apagões, episódios que aumentaram desde a privatização, antes mesmo das inundações.
A Equatorial, empresa multinacional que atende à capital e região de Porto Alegre, conduziu uma agressiva política de demissões e de aumento de terceirizações e hoje não consegue mais atender à população. Agora, com as enchentes, ficou evidente que a privatização, a má gestão, impediu o atendimento de qualidade e a atuação rápida, que é o que se precisa muitas vezes no dia a dia da população, tanto do cidadão comum quanto das empresas”.
A fala do deputado corrobora aquilo que a Intercel cobra desde a posse da atual diretoria da Celesc: é preciso contratar mão de obra própria em número suficiente para que a empresa continue prestando um serviço de qualidade à população catarinense.