Sindicalistas apontam clima muito ruim após privatização

ACT com demissões e drástica redução de quadros são fatores determinantes para o aumento do número de acidentes

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A negociação do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) na Eletrobras foi muito difícil. Em diversos momen­tos, a companhia deixou claro que as pessoas que cons­truíram a grande Eletrobras não passavam de números e não eram mais bem vistas dentro da empresa, ignoran­do totalmente a história e o perfil altamente qualificado destes profissionais. Por isso, a oferta de um Plano de Desligamento era um ponto fundamental para garantir um mínimo de dignidade às pessoas.

Inscrições encerradas, a falta de transparência com o número de adesões ao PDC e a surpreendente decisão de desligar de forma abrupta a maioria das pessoas traba­lhadoras inscritas está sendo algo estarrecedor.

Sindicalistas têm apontado um clima muito ruim após a privatização na empresa. O ACT com demissões e a drástica redução de quadros experientes e altamente qualificados tem sido fator determinante para o aumen­to do número de acidentes na companhia.

Nessa segunda-feira, dia 21, três profissionais da Ele­trobras ficaram feridos numa explosão durante o desli­gamento da subestação da Mirueira II, da Chesf, na re­gião metropolitana de Recife, causando um apagão em diversos bairros da capital pernambucana, além dos mu­nicípios de Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. Vídeos que circulam na internet mostram trabalhadores correndo dentro da subestação logo após o acidente.

Um dos empregados feridos, de 30 anos, foi levado ao hospital São Marcos, no Recife. Os outros dois teriam sido atendidos pelas ambulâncias do SAMU no local do acidente e liberados, pois os ferimentos eram menos gra­ves.

A empresa afirmou, por meio de nota, que houve uma explosão na subestação quando os profissionais faziam uma manutenção preventiva no sistema. A companhia relatou, ainda que estaria “dando apoio integral aos pro­fissionais” e que está averiguando as causas do ocorrido.

Os acidentes na Eletrobras têm uma causa bem obje­tiva: a privatização. Desde que foi privatizada, a empresa deixou de priorizar os treinamentos e a valorização de seus profissionais. O objetivo, agora, é tão somente au­mentar os lucros de seus acionistas.

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