XXV Congresso da Anapar discute previdência complementar e de autogestão em saúde

Por Patrícia Cunegundes, Jornalista da Anapar.

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Durante dois dias, participantes de fundos de pensão e beneficiários de planos de saúde de autogestão discutiram os sistemas fechado de previdência complementar e de autogestão em saúde, além dos projetos da Anapar para o futuro, no XXV Congresso Nacional da Anapar. Além da análise de cenário e da apresentação da visão do governo para a previdência complementar fechada, os palestrantes discutiram investimentos, saúde suplementar de autogestão e projetos para o futuro da Anapar.

Investimentos – Paula Goto, diretora de Planejamento da Previ, falou sobre a política de investimentos e longevidade da entidade, ressaltando que ela compreende um conjunto de diretrizes e medidas que norteiam a gestão de longo prazo dos ativos da Previ, para um horizonte de 7 anos. “A Política de Investimentos é um instrumento que nos permite navegar numa direção segura, mesmo no meio de um mar revolto“, afirmou.

No âmbito do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, os temas em discussão que devem nortear a política de investimentos e longevidade são o comportamento digital, o futuro do trabalho, as escolhas de longo prazo, o papel das instituições, o sistema econômico e os modelos de negócios, o crescimento econômico inclusivo, a transição energética e a longevidade.

Leandro Nunes da Silva, diretor Administrativo-Financeiro da Celos e conselheiro da Anapar, falou sobre governança, gestão de riscos e processo de investimentos. Ele destacou que o comprometimento da Celos “pode ser verificado por meio de atribuição de responsabilidade de Gestão de Riscos à Gerência de Controles Internos e Compliance, que coordena a Gestão de Riscos, realizando trabalhos de apoio com demais áreas técnicas, para identificar, analisar, avaliar e tratar os riscos dos respectivos processos”.

Marcello Furlanetto, diretor de Administração e Finanças da Fundação Viva Previdência, falou dos desafios de projetar o futuro, refletindo sobre como diversificar os investimentos, otimizando a carteira de ativos com mitigação de risco de liquidez e de risco de solvência. Um dos pontos destacados foram os investimentos dos títulos marcados a mercado ou na curva, cujo cuidado deve ser o olhar de curto e de longo prazo.

Agenda positiva para a previdência complementar e projetos para o futuro – O presidente da Anapar, Marcel Barros, falou sobre a agenda positiva construída pela Anapar e também sobre a importância das parcerias com outras entidades para que a agenda seja colocada em prática e para se construir o futuro da previdência complementar e da saúde suplementar de autogestão no país.

Barros sugeriu que os participantes e assistidos refletissem sobre o que significa investir em títulos públicos. “É para isso que serve o nosso dinheiro, o patrimônio dos trabalhadores? Para comprar dívida pública da sociedade, do país, da nação? Quem paga essa dívida somos nós mesmos, com os nossos impostos, que deveriam estar sendo investidos em saúde e educação, por exemplo.” Oitenta por cento dos investimentos dos fundos de pensão estão hoje em títulos da dívida pública, em vez de ser usado para criar um círculo virtuoso, gerando riqueza, trabalho e renda.

Foi a partir dessa reflexão que a Anapar decidiu produzir, ainda durante a pandemia, a agenda positiva da previdência complementar fechada e depois da saúde suplementar de autogestão, com a intenção de reconstruir o sistema. “Nossa agenda foi assumida pela candidatura Lula-Alckmin, pois nenhum outro candidato quis nos ouvir, e serviu de base para o governo de transição”, lembrou o presidente da Anapar.

Ele destacou pontos fundamentais do documento, elaborado pelos maiores especialistas em previdência complementar do país: ato regular de gestão, decreto sancionador, regras de investimentos com segurança jurídica, garantia de que os participantes façam parte da governança dos fundos de pensão, revisão das resoluções CNPC 30 e 35, entre outros. Marcel Barros reconheceu que o governo está alinhado com as demandas dos participantes e assistidos, mas alertou para uma realidade: os terceiro e quarto escalões, que resistem às mudanças propostas na agenda da Anapar. “Pasmem, aqueles que defendem o Estado mínimo fizeram concurso e são servidores públicos. Defendem o Estado mínimo de dentro da estrutura do Estado”.

Por isso defendeu as parcerias com as entidades que também representam trabalhadores participantes de fundos de pensão e de planos de saúde de autogestão. “Precisamos estar juntos para fortalecer a posição de quem está fazendo um trabalho em favor da agenda positiva e, consequentemente, do sistema.” 

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