Planejamento da Intercel avalia cenário político-econômico no País e em SC

Análise foi feita por diferentes lideranças com vistas ao ACT na Celesc

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No Planejamento da Intercel, ocorrido na semana passada, foram apresentadas análises político econômicas sobre o cenário que a categoria encontrará para as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho desse ano. 

Pelo DIEESE, a análise de conjuntura foi realizada pela economista Crystiane Peres. Ela destacou a evolução do PIB brasileiro nos três últimos anos e a previsão de crescimento também para 2024. Em Santa Catarina, o destaque foi o crescimento da participação do estado na economia nacional, de 4,6% para 4,8% entre 2020 e 2021. Na análise das negociações coletivas, mais notícias positivas: em 2023, 76,7% das negociações no Brasil tiveram índice de reajuste acima do INPC, enquanto esse número foi de 26,2% em 2022. Já em Santa Catarina, 80,7% dos reajustes em negociações coletivas foram acima do INPC, número que foi de 30% em 2022. Especificamente em relação a urbanitários(as) – categoria que compreende trabalhadores(as) dos setores de energia, saneamento, meio ambiente e gás, houve 57,9% de fechamentos de Acordos acima do INPC. Os números mostram, contudo, que esse resultado positivo não foi conquistado sem luta: o número total de greves no país vem aumentando ano a ano desde 2020, demonstrando que, para avançar, é preciso lutar. 

No cenário nacional, o convidado a falar sobre a conjuntura foi o deputado federal Pedro Uczai (PT), que tratou sobre um fenômeno que vem ocorrendo no Brasil: a crença de boa parte da classe trabalhadora na teologia da prosperidade – que os avanços e conquistas da classe trabalhadora estariam ligados unicamente à fé e não às lutas e unidade da classe trabalhadora. Uczai lembrou que o crescimento do neoliberalismo vem desmontando a identidade coletiva, a experiência de classe. E que não se pode esquecer que o avanço da classe trabalhadora só será possível com a luta coletiva. O parlamentar ainda lembrou da necessidade de ser feita a luta política pelos sindicatos: “a Celesc continua pública porque vocês são um dos poucos sindicatos que têm atuação política e porque vocês continuam acompanhando a política, independente do governo de plantão”. 

Já o deputado estadual Fabiano da Luz (PT) trouxe dados que apontam uma situação financeira confortável do governo do estado, que vem dando descontos de até 95% para empresas bilionárias que acumularam dívidas ao não pagarem impostos (ICMS) para o Estado de Santa Catarina nos últimos dez anos. Apesar desse cenário econômico positivo, o governo do estado está se negando a negociar reajustes e a atender minimamente as reivindicações de categorias como a dos professores estaduais, que estão em greve. Também foi lembrada a dificuldade de fechamento do ACT de trabalhadores(as) da Casan, com a categoria tendo que fazer paralisações para destravar as negociações – nessa semana estão sendo realizadas novas paralisações dos empregados da Casan em todo o estado. Ou seja, apesar do cenário econômico positivo, o governo se nega a conceder avanços ou manter direitos dos trabalhadores. 

Foi com estas análises de conjuntura que a Intercel se debruçou para construir a agenda e planejamento da Campanha Data-Base 2024/2025 na Celesc.

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